segunda-feira, 22 de abril de 2013

American Life – Bom e Pacífico – 10 Anos


Disco traz uma levada serena, reflexiva e sutilmente dançante
O ano era 2003, 23 de Abril, Madge dava ao mundo seu viés contra uma guerra sem causa, a dinastia Bush imperialista americana, tinha como desejo, exterminar o terrorismo e os males após a ferida aberta com 11 de setembro.
Neste álbum, encerra os onze anos de parceria com a gravadora Maverick, denunciando uma fase mais plena de felicidade, a segunda maternidade, o casamento com o diretor Guy Ritchie e os dois últimos discos de sucesso.
O processo de gravação ocorreu entre as cidades de Los Angeles e Londres, dentro do período de final de 2001 e início de 2003. Para a elaboração e concepção deste material, Madonna repete a parceria com Mirwais Ahmadzai.
“American Life” é composto pela predominância da música pop, rock, eletrônica e uma levada acústica. A rainha do pop, em seu nono disco, faz nítida referência à cultura americana, buscando uma abordagem com toques de temas como: sonho americano e materialismo. Sua porção lírica, percebemos uma série de rimas na faixa-título, construindo uma linha tênue sobre a vida moderna, algo que se repete em “X-Static Process”. Em “Mother and Father”, sua fragilidade em primeira pessoa, retrata nessa faixa, a perda precoce da mãe e a relação com o pai após o ocorrido. “Die Another Day”, também consta nesse trabalho, a canção-tema de mais uma aventura do espião mais sexy da Inglaterra (007).
Quando lançado, “American Life” recebeu uma gama abstrata de criticas, elogios à obra, notando a “inovação” na indústria em uma fase que muitos apostavam no gênero R&B. Enquanto outros detonavam o disco como “frouxo”, “antipolítico” “marqueteiro”, “factoide”, e apesar das críticas negativas, sua vendagem pelo mundo teve uma satisfatória, mesmo baixa para o padrão Madonna (4 milhões de discos) e sua aceitação nas paradas na estreia obteve uma repercussão amistosa.
Desde álbum, surgiram 4 singles: American Life, Hollywood, Nothing Fails e Love Profusion. O forte apelo politico baseado em torno da América, Madonna discutiu tais tema em entrevista a MTV: "Eu sinto que a América mudou ao longo dos anos e que muitos dos nossos valores parecem ser materialmente orientados e tão superficiais. E nós todos parecemos estar obcecados com a fama só por causa da fama, não importa o que - vender sua alma o diabo se isso é preciso. E também estamos completamente obcecados com a forma como olhamos. Especialmente as três primeiras músicas descrevem isto e são como, 'o que eu estava pensando? '." John Norris da MTV descreveu as três primeiras faixas do álbum, como uma trilogia discutindo coisas que a cantora colocou por trás delas, em resposta Madonna declarou: "Eu acho que elas são uma extensão de American Life. Elas examinam as coisas que eu valorizei e as coisas que eu encontrei me preocupando, me preocupando muito, e percebendo que aquelas coisas não são importantes e querem sair debaixo daquela nuvem, o mundo da ilusão." E ainda indagou: "Quem é melhor para dizer que essas coisas não importam, como a própria pessoa que vivenciou? [As pessoas podem dizer] 'Como você pode dizer que não importa? Como você pode dizer que o dinheiro não vai lhe trazer felicidade se você não tem um monte de dinheiro? Como você pode dizer que a fama e a fortuna não são uma garantia de felicidade e alegria e satisfação em sua vida? ' Você tem que ter esta experiência para saber. Porque você tem todas essas coisas, eu tive todas essas coisas, e eu tive nada, além do caos em torno de mim. Então, eu estou compartilhando o que sei com o mundo. Porque eu acho que nos tornamos completamente consumido por sermos ricos e famosos, na verdade, a nossa sociedade foi. E eu só quero dizer às pessoas que deixem [coisas materiais] longe de mim, eu tenho todas essas coisas e nenhuma delas me trouxe um minuto de felicidade.”
“AL” reflete uma Madonna mais distante, vivendo (até então) na moderna e cool Londres, a ex-garota material via com artificialidade a Hollywood cantada na faixa homônima, "Como um lugar tão belo pode machucar tanto?", usando como artificio o fundo a fina tapeçaria eletrônica criada por Mirwais. Seus instrumentos dispostos em camadas. E a voz, ora seca, ora filtrada (como é característico do moderno som francês, do Daft Punk ao Cassius). E vai além, em sua autocrítica em "I'm so stupid" ("Vivia num sonho confuso/Queria ser como as pessoas legais/Mas tenho certeza/De que fui estúpida"). Na doce balada "Nothing fails", ela surpreende e confunde ao dizer: "Não sou religiosa/Mas me sinto tentada a rezar".
Agora, coloque o play, e deleite-se:

American Life: Na letra esta a característica base da transição violenta e uma visão política religiosa de Madonna. Ela questiona a superficialidade da vida moderna e do sonho americano sob o presidente Bush.
Em entrevista à VH1 , Madonna discutiu suas motivações por trás de American Life discutir seus 20 anos no setor. Ela afirmou: "Eu olho para trás nos 20 anos atrás de mim e eu percebi que um monte de coisas que eu tinha de valor não eram importantes", em resposta aos temas não-materialistas do registro. Discutindo o álbum, Madonna disse sobre o "American Life":
"[A música] foi como uma viagem ao passado, olhando para tudo o que eu tenho feito e todas as coisas que uma vez valorizadas e todas as coisas que eram importantes para mim. Qual é a minha perspectiva agora? Eu lutei por tanto muitas coisas, eu tentei tão duro para ser o número um e se manter no topo, de boa aparência, para ser o melhor. E eu percebi que um monte de coisas que duram e as coisas que importam são nenhuma dessas coisas. "

Hollywood:  É uma canção com presença folk rock, tem como sua base o lirismo, discute a cultura e a ganância americana, no qual seu foco é Hollywood, Califórnia. Um lugar recheado de estrelas pop e sonhos ilusórios. O vocal de Madonna na canção foi apontada um pouco infantil, durante a música ela também canta, a frase repetida "Pressione o botão". 


Nothing Fails: Uma canção de amor que recorre a guitarras acústicas e a elementos da música eletrônica. Na letra, personifica mais uma vez a Madonna, falando de aspectos de sua vida, de como regrava sua rotina.

Love Profusion: O último single trabalhado neste álbum, traz uma leveza  e diversão, adjetivos necessário para recuperar uma imagem que perdeu certos pontos com americanos pelo seu grito "American Life".

Easy Ride: Não é single, mas vale a pena ouvir, reflete um pouco mais da mensagem principal que Madonna idealizou na composição deste trabalho. Cito alguns versos que deram o tom para finalizar mais esse sucesso: "O que quero é achar meu lugar, respirar o ar e sentir o sol, no rosto dos meus filhos, isso é o que eu quero..."

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