segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Rock In Rio Começou

                     Festival contou nesse primeiro final de semana com três dias dedicados a música
A primeira noite do evento calhou de ser em uma sexta-feira 13 (que por sinal, devia ser a primeira do ano), mas dedicou sua noite de estreia as crias do pop, algo que deixou um pouco a desejar (na minha singela opinião), no qual poderiam ter arriscado um line-up mais rock’n’roll na data tão treva.
Como podemos notar essa nova edição não trouxe muita surpresa em relação ao ano de 2011, quando o evento retornava a sua cidade natal após 10 anos e edições na Europa. Como era de esperar na noite mais pop do evento no palco principal com muito carão, cabelão, ventilador, covers e o tributo mais que espero ao poeta Cazuza. Entretanto, o seu “festival paralelo” no palco Sunset poderia ter ficado sem alguns encontros (decepcionante) como Maria Rita e Suleh.
A abertura ficou com a Orquestra Sinfonia de São Paulo, provando que a festa é para música, independente do gênero que você goste.
Porém, alguns estavam com certa expectativa com a homenagem a uma figura que representa a ideologia desse encontro musical tão fervoroso, Cazuza. Com discurso de Rogério Flausino (Jota Quest), o vocalista inflama a importância da obra do ex-líder do Barão Vermelho. E a figura mais expressiva desse encontro: Ney Matogrosso levou ao palco sua performance extravagante de ser digna de um megafestival. Na contramão, aquém do seu talento, Bebel Gilberto foge totalmente do tom durante sua cantoria, e o que já estava ruim, conseguiu ficar ainda pior quando Bebel chama Rogério de Jota Quest, fazendo alusão com o nome da banda ao dele.
Enquanto isso, no palco Sunset que tem como missão promover grandes encontros inusitados, arriscou e pecou com a escolha de Maria Rita e Sulah Sue. Mesmo pregando a mistura de estilo, a “liga” entre as duas não funcionou. Já o quarteto americano Living Colour com a cantora Angélique Kidjó, mostrando que uma junção bem feita, faz bem aos ouvidos e aos olhos.
E voltando as atenções ao palco mundo, quem não se divertiu com Veveta no palco fazendo que sabe de melhor (cantar e dançar), além de fazer uma pequena brincadeira com a atração principal da noite, Beyoncé.
Ivete mostrou o porquê é a ‘rainha’ do Brasil, com suas pernas de fora e um vestidinho azul justo, entrou no palco com o seu “Paraíso Tropical” (Jorge Ben Jor) mais acelerado. A baiana trouxe um pouco de sua tour “Real Fantasia” e já deixou explicito como será a gravação do DVD que comemora seus 20 anos de carreira.
Um dos pontos altos de sua apresentação foi: a brincadeira que ela fez com nossa Queen Bey, pedindo ventilador e causando com os carões e coreografia que a diva americana domina tão bem. O outro ponto forte foi sua singela homenagem ao líder do Queen, Freddy Mercury, quando canta a inesquecível “Love Of My Life" (Veveta, nós te amos, mas poderia não ter cantado essa, só acho). Os roqueiros de plantão devem ter ficado com certo ódio por essa homenagem, o que é a intenção do fato.
Com tudo, a noite já estava esquentando, Ivete deu o seu melhor, como na edição 2011 abrindo para Shakira, agora era para sua mais nova BFF, lady Beyoncé. Mas antes da chegada mãe de Blue Ivy, o homem da pista das baladas aterrissou uma nave para transformar a cidade do rock na “maior balada do mundo”.
Apesar de ser uma proposta significativa, o show em si foi morno e bem simples. Mesmo sendo a primeira vez de um DJ comandar suas pick-ups dentro do Rock’n’Rio no palco principal e na cidade maravilhosa, nosso querido David Guetta não saiu de seu setlist habitual que circula o mundo, em uma apresentação apertada e recheada de hits em parceria com outros cantores, no qual acredito que poderia ter usado mais de canções próprias, sendo que seus álbuns têm sido bem recebidos pelos fans e crítica. (Ab)usar de terceiros não soou como algo tão bacana, ainda mais o mestre da mesa eletrônica que tem um material vasto para animar qualquer festa.
E temos que creditar a ideia de transformar o Palco Mundo em uma tenda eletrônica deu certo, mas seria perfeito de o próprio DJ confiasse no seu próprio repertório.
A atração principal da noite estava por vim, com seu gingado para fechar a noite. Nossa lindeza Queen Mrs. Carter entrou com seus carões previsíveis e sua dominação ao dançar que conquistou mundo a fora. A megaprodução que viaja pelo planeta com seu roteiro recheado de trocas de roupas metricamente definido com uma equipe gigantesca que faz essa ópera dar tão certo. O triste é o espaço a imprevisto quase inexistente durante toda apresentação, porém o melhor da noite foi quando nossa Beyonce encarnou uma funkeira em dançar “Ah lek lek lek”.
O show conta com vídeos incríveis que costura as trocas de roupas e as performances de maneira que evidenciam as posturas e a bela forma física da diva americana. A apresentação de entrada da cantora traz largas referências à rainha Antonieta, na qual é a expressão máxima da aristocracia (assim, colocando-a na ponta do reinado pop). Com a canção "Run The World", surge Beyonce incrivelmente bela no palco com uma face séria e posse ensaiada, dando aos poucos o seu melhor ao público.

A segunda noite contou com músicas com jeito de hino e bandeiras do Brasil na plateia, e Muse dominou a noite com o melhor show, enquanto 30 Seconds to Mars teve o seu momento. Apesar de uma estratégia bem feita, canções com cara de hinos e colocar a bandeira do país como uma forma de estar mais próxima do público deu o tom no sábado no Rock’n’Rio. O dia dito como ‘indie de arena’ temos como destaque a desempenho do vocalista e guitarrista Matt Bellamy (Muse), mas quem roubou a cena foi Jared Leto, líder do 30 Seconds to Mards, que além de ator, o cantor conquistou a plateia e andou de tirolesa.
Florence and the Machine, ganhou como o hit do dia, com “Dog Days Are Over”, além de conquistar o melhor figurino da noite.
Já na abertura, tivemos no Palco Mundo, o Capital Inicial apostando em homenagens ao Chorão e Champignon, sem perder a irreverência dos protestos contra deputado.

A terceira noite teve nosso muso Justin Timberlake com o melhor show, além de Jessie J, Alicia Keys com Gadu e Kimbra com Olodum.
Com ares mais dançantes e parcerias em alta, contou com pop de primeira qualidade, com Justin, sendo o melhor show da noite. Ainda tivemos dance pop com dosagem no R&B e muita interação com fans e plus de Jessie J.
Como é usual, a abertura contou com uma banda brasileira, e a eleita da noite foi Jota Quest que de lambuja teve o reforço de Lulu Santos, em “Tempos Modernos”. O palco Sunset teve a neozelandesa Kimbra com Olodum: indie pop e os batuques fez muita gente sacolejar.
Já durante a apresentação de Alicia Keys, os fans contou com uma surpresa na canção “Fallin”, dividindo os vocais com Maria Gadu. Apesar do atraso para ajeitar as madeixas, Keys mostrou seu talento como diva soul e encantou todos os presentes na cidade do Rock.
Jessie J, mesmo não tendo nenhuma canção no hall dos grandes hits, realizou um show cravado de uma hora, empolgando e sensualizando com seus fans. Agradeceu pela oportunidade (e que oportunidade, acredito que seus álbuns deu uma impulsionada iTunes). Não abusou de nenhum efeito pitoresco como as neodivas utilizam tão bem.
Mas, à noite, era dele, o príncipe, o muso, o lindezo, o vitaminado, o divo, Justin Timberlake. Exatos 00h40 entrou no palco entoando seu primeiro single (pós-‘NSync) “Like I Love You”. Alguns apontaram a escolha de repertório fraca, no qual gerou a dispersão no miolo da apresentação. Unindo canções hits dos seus três álbuns com canções poucas conhecidas do grande público. Justin conseguiu animar o início e a parte final do show, cantarolando “What Comes Around” no violão, criando uma versão mais acústica para esse sucesso. Além da homenagem realizada ao multifacetado Michael Jackson.
Justin não se esqueceu dos tempos de boy band, abusando dos passinhos e batidas um pouco mais melosas. Aos poucas aberturas para interagir com o público, o Príncipe do Pop, deixa claro seu amor pela cidade: “É aqui a melhor cidade do mundo, certo? É a verdadeira cidade do amor”.
O saldo no final é positivo para Justin, sua primeira apresentação no país desde o fim de sua antiga banda, em meio o lançamento da segunda parte “The 20/20 Experience”, apenas tem que tomar cuidado de como elaborar seu setlist para a turnê que deverá iniciar até final do ano.


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