terça-feira, 5 de novembro de 2013

11 Anos: Stripped

Álbum revelou o lado forte e sombrio de Aguilera
No dia 26 de outubro de 2002, a cantora Christina Aguilera largava a imagem “Genie in a Bottle” para amadurecer vocalmente e transformar seu ar angelical diante as câmeras, carregando em uma postura mais rock’n’roll com leves dosagens de R&B e Soul, numa efeito cítrico de autoafirmação como artista e a desfiguração da musa teen construída no seu debut na carreira. O disco é o segundo trabalho de estúdio, mas contabiliza com quarto álbum lançado da cantora.
Durante o processo de divulgação, Aguilera concedeu entrevista à revista americana Rolling Stone, do qual disse que desejava muito fazer um disco que refletisse sua personalidade, comentando que se for possível, nada superficial, não queria brilhar, só ser ela mesma...
Essa produção contou com a presença de seu alterego intitulado “X-tina”, sendo de grande valia para exploração explicita da sexualidade para desconstruir a aura de menina bonitinha conquistada com seu primeiro disco.
“Stripped” lançou cinco singles: “Dirrty”, “Beautiful”, “Fighter”, “Can’t Hold Us Downs” e “The Voice Within”.
A concepção conceitual era fazer uma viagem e expressar a importância de transparecer mais real, mas a ‘cara’ da cantora. As letras traduziam os momentos languidos e uma dura realidade enfrentada por Christina, no qual explora em palavras as emoções de uma vida cheia de traumas infantis, expondo todas as frustrações, apreendendo encontrar no seu “EU” lírico as respostas para acalmar o estresse e aceitar os seus erros.
A sua receptividade diante a crítica, se deu regular, alguns veículos definiu como uma produção pop, sem dúvida, Stripped era impecável. Revelando como maravilha para os tempos modernos. A Rolling Stone US disse que o álbum, no geral, é mais rock, mais sofisticado e incluía contribuições muito doces com o gênero Soul e determinou que fosse um disco perfeito para os que estão em etapa de crescimento.
A grande temática desde álbum é seu embasamento lírico, do qual baseia em problemas familiares e no amadurecimento da artista.
A primeira música consiste em uma introdução do álbum, onde Aguilera utiliza recortes de sua fala para uma entrevista à revista Rolling Stone: “agora, gostaria de me apresentar... Perdão se te irrito... Aqui está, nada superficial, não quero brilhar, não pretendo ser outra, somente eu...” (Stripped Intro).
No formato non-stop, as canções se entrelaçam, dando todo o tom peculiar dessa obra. Nas composições, Christina buscava expor sua vida de tal modo fosse visto como um clamor. Isso pode notar com o single “Can’t Hold Us Down” por relacionar ideias feministas, fazendo clara referência a uma canção do rapper Eminem que depreciava a mulher. Outras canções como “Walk Away”, “Infatuation” e “Underappreciated”, seguem a descrição dela mesma, falando da relação sentimental que teve com o bailarino Jorge Santos. Numa trilogia musical, a primeira faixa demonstra sua faceta perdida, angustiada e fora de controle, a segunda busca o sentir a relação entre eles e a terceira explora o ponto final da historia, colocando os pontos chaves de argumentos no sentido de ser ‘desprezada’.
Uma canção que vale a atenção é “I’m Ok”, por sua fala dos desastres emocionais infantis já argumentados. Algumas frases de seu pai e lembranças do pânico que sentia nesse período. Como declarou certa vez, a gravação dessa música serviu para “ajudar no processo de recuperação emocional e dar-lhe uma voz de fôlego para as pessoas que estão vivendo situação semelhante”.

Ouça aqui o álbum em qualidade HD:
 
Agora, vamos destrinchar os cinco singles:
1- Dirrty: um conceito de “baixa e suja”, serviu para anunciar a volta da cantora e personalizar uma nova identidade visual. O single apresentava um erro ortográfico proposital para trazer personalidade a música. Com dosagem homeopáticas de estilo hip hop, as linhas no coro e do rapper Redman são essenciais para desenvolver todo o conceito, já que a música tem como inspiração a canção "Let's Get Dirty (I Can't Get in da Club)" (2001) do próprio Redman com fio condutor. A letra detalha atividades sexuais com a dança. Quanto ao erro ortográfico no título, considerando chamar a atenção para a faixa, além de ter sido estudado o uso “Dirtee” ou “Dirrdy”. Sendo a escolha da própria cantora por “Dirrty” como reflexo do clipe, comentando, "Eu senti que ter dois "R" seria como, forma de grrr... corajosas... e coisas ilegais acontecendo". E, definimos o clipe como "uma orgia pós-apocalíptica".

2-  Beautiful: o segundo single tinha como mensagem fundamental de sua letra mostra a história de alguém que está lutando contra problemas de baixa autoestima e insegurança, sendo sua principal mensagem é sobre expor sua beleza interior e não deixar que as opiniões alheias e palavras perturbarem a sua própria paz de espírito. O clipe buscar no conceito de mostrar imagens claras sobre alguns temas como anorexia, a discriminação com aparência física, raça e orientação sexual.

3-  Fighter: a terceira faixa trabalhado desse álbum deriva de origens de pop rock e rock, numa miscelância de som eletrônico e sintetizadores. E, sua abordagem lírica compreende na história de um amante que cometeu erros. Segundo, como a própria cantora definiu, celebra os tempos difíceis para a criação de uma “lutadora”, explicando fases da sua vida e como as traições mudaram o encarar o mundo. O clipe é um retratado simplista dessa metamorfose lenta, mas que gera certa constância, na necessidade do buscar força interior, mesmo com o coração partido, sendo no final, tornando-o inquebrável.  

4- “Can’t Hold Us Down”: com base no R&B contemporâneo, elementos de hip hop e dancehall, o quarto single norteia o ataque contra o duplo sentido padrão da sociedade que reverência os homens que contabilizam suas proezas sexuais, enquanto as mulheres são menosprezadas por apresentarem esse tipo de conduta. Além de explorar o poder feminino, autoconsciência e a desigualdade social. O clipe busca representar a aura feminina exposta na letra, dando a chance das mulheres reclamarem os mesmos direitos dos homens.

5-  “The Voice Within”: e fechamos com a canção que explora na letra o poder de confiar em si e em seus instintos. Seguindo os traços de “Beautiful”, Christina decifrar o consolar e incentiva a jovem para "Olhar para dentro de si mesmo" em tempos difíceis. "A vida é uma viagem / Pode levar você a qualquer lugar que você escolher para ir / Enquanto você está aprendendo / Você vai encontrar tudo o que você precisa saber / Você vai fazer isso / Só não vá abandonar a si mesmo / Ninguém pode parar você / você sabe que eu estou falando com você!" O aparecimento de um coral no final aumenta o tom de inspiração da faixa. O vídeo feito em uma única tomada, sem cortes, e em preto & branco para transpor o espectador a todo o conceito exposto na letra da música. 




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