sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"Erotica: 25 anos do álbum polêmico"

As mudanças da estrutura pop nos anos 90



"Meu nome é Dita, serei sua amante está noite e gostaria de lhe colocar em transe...". O ano de 1992, mas precisamente o 20º dia de outubro, o mundo contemplava o que tornaria a maior ousadia de uma artista pop feminina inserida no mercado fonográfico e na cultura de massa, a globalização de conteúdo, a presença de fato, o universo da linguagem videoclipe como uma ferramenta de extrema importância para divulgar a música, aliado a um bom produto: o artista. 
O cenário mundial transbordava novos rumos, caminhos de abertura para um renascimento histórico como os movimentos transitórios com quedas de muros, políticas comuns chegando ao fim, guerras contraditórias e uma doença pouco conhecida (HIV-Aids) rodando o mundo e transformando a imagem 'GAY' como uma praga que acabaria por dinamizar o que seria a sociedade ideal-perfeita. 
Madonna, ciente de toda a loucura que a cercava, preparava uma ação de linguagem pop para lançar o disco #Erotica. Não para chocar as pessoas com o grande teor de sexualidade, fetichismo e erotismo presente neste novo projeto, e sim, lembrar que é possível ter amor, fé e luz, apesar de estarmos passando por provações rígidas na vida. E, para desmistificar essa obra, apontada por muitos críticos, como um dos melhores álbuns de estúdios dos anos 90, vamos dissecar os singles:


- Erotica: O primeiro single e dá o tom de abertura do álbum com a persona #Dita, personagem criada por #Madge para compor este projeto musical e o antológico livro-imagem #Sex. (Ab) usando da citação "meu nome é Dita, serei sua amante esta noite e gostaria de lhe colocar em transe.", Madonna provocou as estruturas com o dinamismo do que podíamos esperar nos versos e canções que compõe a tracklist do disco. A maneira de conduzir a produção do álbum, notamos as evidências de incorporar os seus desejos mais íntimos como parte do processo. #M expôs ao mundo algo que nunca tínhamos visto, através de uma artista feminina. A presença dos ruídos, gemidos e falas ofegantes são essenciais para dosar toda a temática erótica musical do single (e álbum todo), permitindo a #RainhaDoPop divagar sobre temas tão atuais como outrora, sinalizando o pré-conceito e a falta de informação sobre a Aids, ocasionando-a num grande desafio a ser descontruído e de satisfazer seu público com sede de música, além de alertar o mundo para a epidemia que assombrava o globo naquele momento.  

- Deeper And Deeper: nesse single temos uma alternância de sensação com o frescor de está presente em uma festa no melhor clima #Discothèque. As referências da linguagem dance-disc, beirando no abismo da descoberta da sexualidade feminina (tanto a hétero e/ou homo) com o encontro da noite, os tabus familiares e o desafio da religião no controle da sociedade. Tais tons, algo decorrente na carreira da Madonna, porém, temos sinais de flerte com assuntos demoníacos, magia negra e sessão espirita. Todavia, apenas #Madge poderá responder tais dúvidas sobre a presença desses tons neste single. 
- Fever: um excelente cover para compor o álbum, lembrado por muitos na inesquecível voz do #ReiDoRock Elvis Presley. A faixa condensa essa fase #HotMusic, vivida por Madonna, em 1992. Apesar dos comentários negativos, havia todo um combo de lançamento simultâneo para o disco, o livro-imagem #Sex (uma das maiores polêmicas da carreira), o #ThrillerSex "Corpo em Evidência", os preparativos da tour "The Girlie Show" (passando em terras tupiniquins pela primeira vez) e, por quê não incluir o #Doc "Na Cama Com a Madonna", na qual desnudava a figura da artista e a humanizava, além do proibido clipe "Justify My Love" com todo clima #PornSoft?!
- Bad Girl: a música contém a sonoridade presente os elementos que conceitua o álbum e suas experiências sem sucesso no campo amoroso e sexual. Afirmando assim, a sua persona de menina má, beija e está bêbada as seis... E o clipe um curta maravilhoso de perfeito. 

- Rain: apenas cito: "a música mais especial desse disco". Canção perfeita, realizada metricamente para homenagear sua mãe e a cantora Kate Carpenter (de quem Madonna é grande admiradora). Composta por #Madge é quase uma declaração de amor. Intimista, nossa #RainhaDoPop passeia pelo romantismo e deixando fluir sua áurea de interprete arrebatadora. Vale ressaltar o clipe, por muito tempo, havia a lenda dele ter sido filmado em preto e branco, e depois a coloração sendo aplicada na finalização, salteando as cores preta e azul. Porém, veio a tona que essa informação era falsa. 

- Bye Bye Baby: engraçadinha, a letra preza em falar sobre relacionamentos, destacando as mágoas e dores que o eu-lírico cantante enfrentou com seu algoz. 


Musicalidade
"Erotica" preza pelas referências de elementos da house music, dance e eletrônico (influência do produtor Shep Pettibone) e apontar linhas de jazz e hip-hop (introduzida por André Bettis). Tais ritmos, iremos novamente sentir com assiduidade no clássico "Ray Of Light", responsável em inserir a Madonna no ambiente da música eletrônica novamente. 
Para tanto, o álbum não falava apenas de sexo (temática maior), entretanto, passeia por letras que retratam desencontros, brigas, aceitação, mentiras e, acredite, amor. No mais, toda a controvérsia em torno do disco tinha um quê proposital. A crítica especializada, aceitou de maneira mista a proposta da cantora e sua genialidade de propor uma vivência artista com o livro-imagem #Sex, material carregado na expressão sadomasoquista, sexo explícito e conteúdo homoerótico. Contudo, a ala conservadora do mundo não estava (e continua não estando hoje) preparada para quebrar os tabus dentro de casa. 

Curiosidade
A faixa final, "Secret Garden", figura como uma das melhores composições de Madonna e a forte presença de jazz, blues, saxofones e piano, dando a faixa o melhor momento de fechar o disco.
Outra curiosidade é a canção "This Used To Be My Playground" ter sido escrita durante o processo de desenvolvimento do disco "Erotica", mas rejeitada pela própria cantora e a insistência da gigante #WarnerMusic em colocar na tracklist final; porém, a diva alegou que a música não fazia conexão com conceito proposto do álbum. Algum tempo depois, a gravadora aproveitou a faixa na trilha-sonora do filme "Uma Equipe Muito Especial", estrelado por #Madge, e está na coletânea açucarada "Something to Remember".


* Parceria com #MadonnaBrasil <3 p="">



























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