sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sex And The City - 15 Anos

A liberdade sexual no final do século XX
Gente, nem estou acreditando, mas há 15 anos a revolução sexual feminina ganhou mais um capítulo, ou melhor, mais uma “pimenta” no topo do bolo, digamos uma “pimentinha” resume nossa ópera. O universo masculino teve suas estruturas abaladas, a inserção em uma nova realidade, a beira da chegada de novo milênio e século (tudo colado no outro), estremeceu as colunas desse templo tão fechado masculino, e, qual era essa descoberta mais valiosa?! Vamos revelar a seguir...
Eles notaram que as mulheres falam tão quão frequentes a eles sobre o desejo sexual, com a inteligência e malícia cor-de-rosa, usando uma elegância e charmosa pincelada com a estreia da série “Sex and the City”. A revolução do conteúdo de linguagem “porn-soft” para um público que carece desse tipo de entretenimento, visto a popularização dos “50 Tons de Cinza” e Cia. Falar sobre sexo na televisão, comunicar com seu telespectador sem cair no clichê, mesmo após nove anos de exibição do último episódio, continua sendo o programa influente e referencial para muitos.
O quarteto mágico liderado por “Carrie” era composto pelas estonteantes “Samantha”, “Charlotte” e “Miranda”, e a maior diferença percebidas pelos homens, os pensamentos sexuais não estavam mais presos a eles. As mulheres começaram a falar abertamente com as amigas sobre sexo, tamanho, preliminares, nos encontros com ‘azamigas’; aquele conservadorismo ficou nos tempos de outrora.
Uma frase de efeito e sem pudor dita por essas meninas fantásticas, algo como: “diga a um homem que o odeia e terá o melhor sexo de sua vida”, isso tornou um mantra natural para mulheres que buscam, sim, a satisfação sexual sem hipocrisia.
Porém, o que faz citar essas meninas?!
Em um momento que estamos inserindo o conceito de igualdade a todos os gêneros, elas provam que o caminho tem que ser naturalista para as conquistas. O mundo mudou desde o primeiro episódio apresentado, naquele dia 7 de junho de 1998. Entretanto, fixou nossos olhos diante a tevê, assistimos o desenrolar de cada aventura vivida pelas protagonistas, conhecendo uma nova verdade adormecida.
Isso não supera o tabu sexual iminente na cultura e identidade de cada individuo, somados as seis temporadas com os dois filmes, mais um “spin off” (“Os Diários de Carrie”) e uma versão mais ‘suja’ (digo real “Girls”), a série vive no imaginário coletivo do espectador que volta e meia consulta suas temporadas bíblicos contemporâneo, seguindo o novo evangelho feminino.
"Bem-vinda à era da perda da inocência, ninguém toma café com diamantes e ninguém vive romances inesquecíveis... Na verdade, tomamos café às 7h da manhã e temos confusões que procuramos esquecer o mais rápido possível", era a declaração de intenções de Carrie Bradshaw, a protagonista.
A “Big Apple” bebeu da fonte o feitiço encantador das imagens soft que brindava o seu glamour e modernidade, arrebatando os olhares com base fortificada nos personagens de Candace Bushnell.
Hoje o turismo de Nova York seguem roteiros baseados nas andanças de Carrie e sua trupe por lojas, bares, restaurantes e edifícios simbólicos, deixando de lado o “cool” cultivado por Woody Allen.
Sem esquecer-se de Sarah Jéssica Parker, resgatada do limbo das atrizes coadjuvante, reinando absoluta como ícone da moda. Sua primeira conquista no Globo de Ouro (no total foram quatro) em 2000, um breve agradecimento: "Obrigado. Nunca tinha ganhado nada em minha vida". Sarah seguia uma cartilha pessoal avessa da sua Carrie, casada, mãe; ditava o tom para seu retorno ao lar.
"Me visto como todas as mães. Muito rápido", disse Sarah certa vez, quando também refletiu: "Tenho a sensação que as pessoas se decepcionam comigo porque não tenho respostas para eles. Tenho que recordar-lhes que não tenho um doutorado em sexologia".
Todavia, além das quatro mulheres incríveis, definimos mais um elemento fundamental, os sapatos do Manolo Blahnik, o grande desejo (depois dos homens, ou antes?!) de Carrie. E o bom drink que divertia ela e suas amigas nos encontros: “Cosmopolitan”, soltavam a sua língua afiada e a Kim Catrall (voraz dos homens), Kristin Davis (a boba ingênua) e Cynthia Nixon (a feminista neurótica), popularizando a bebidinha entre as mulheres.
Quatro personalidades distintas, um elo de proporções absurdas entre elas, davam as cores da coluna escrita pela própria Carrie, criando uma estratégia na colisão: Sexo e Amor, na precisão da frivolidade inteligente, dosada com sabedoria isentam a qualquer solenidade.
O triste, no final, é sua extensão ao cinema não fiel ao espírito desse frescor vivido nos tempos do seriado. O foco do olhar na relação entre Carrie e “Mr. (sexy) Big”, interpretado por Chris Noth, descontentou alguns fans convictos da liberdade proposta nos seis anos da série.
Num desfecho morno, quase indigno, sem a genialidade da personagem principal tanto assoberbou: “os computadores quebram e as relações terminam. O melhor que podemos fazer é reiniciar e respirar".

(EB)
*Colaboração: Arthur Berckovitch

Fonte: UOL




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