Festival contou nesse primeiro
final de semana com três dias dedicados a música
A primeira noite
do evento calhou de ser em uma sexta-feira 13 (que por sinal, devia ser a
primeira do ano), mas dedicou sua noite de estreia as crias do pop, algo que
deixou um pouco a desejar (na minha singela opinião), no qual poderiam ter
arriscado um line-up mais rock’n’roll na data tão treva.
Como podemos notar
essa nova edição não trouxe muita surpresa em relação ao ano de 2011, quando o
evento retornava a sua cidade natal após 10 anos e edições na Europa. Como era
de esperar na noite mais pop do evento no palco principal com muito carão,
cabelão, ventilador, covers e o tributo mais que espero ao poeta Cazuza. Entretanto,
o seu “festival paralelo” no palco Sunset pode ria ter ficado sem alguns
encontros (decepcionante) como Maria Rita e Suleh.
A abertura ficou
com a Orquestra Sinfonia de São Paulo, provando que a festa é para música,
independente do gênero que você goste.
Porém, alguns
estavam com certa expectativa com a homenagem a uma figura que representa a
ideologia desse encontro musical tão fervoroso, Cazuza. Com discurso de Rogério
Flausino (Jota Quest), o vocalista inflama a importância da obra do ex-líder do
Barão Vermelho. E a figura mais expressiva desse encontro: Ney Matogrosso levou
ao palco sua performance extravagante de ser digna de um megafestival. Na contramão,
aquém do seu talento, Bebel Gilberto foge totalmente do tom durante sua
cantoria, e o que já estava ruim, conseguiu ficar ainda pior quando Bebel chama
Rogério de Jota Quest, fazendo alusão com o nome da banda ao dele.
Enquanto isso, no
palco Sunset que tem como missão promover grandes encontros inusitados,
arriscou e pecou com a escolha de Maria Rita e Sulah Sue. Mesmo pregando a
mistura de estilo, a “liga” entre as duas não funcionou. Já o quarteto
americano Living Colour com a cantora Angélique Kidjó, mostrando que uma junção
bem feita, faz bem aos ouvidos e aos olhos.
E voltando as
atenções ao palco mundo, quem não se divertiu com Veveta no palco fazendo que
sabe de melhor (cantar e dançar), além de fazer uma pequena brincadeira com a
atração principal da noite, Beyoncé.
Ivete mostrou o porquê
é a ‘rainha’ do Brasil, com suas pernas de fora e um vestidinho azul justo,
entrou no palco com o seu “Paraíso Tropical” (Jorge Ben Jor) mais acelerado. A baiana
trouxe um pouco de sua tour “Real Fantasia” e já deixou explicito como será a
gravação do DVD que comemora seus 20 anos de carreira.
Um dos pontos
altos de sua apresentação foi: a brincadeira que ela fez com nossa Queen Bey,
pedindo ventilador e causando com os carões e coreografia que a diva americana
domina tão bem. O outro ponto forte foi sua singela homenagem ao líder do Queen,
Freddy Mercury, quando canta a inesquecível “Love Of My Life" (Veveta, nós
te amos, mas poderia não ter cantado essa, só acho). Os roqueiros de plantão
devem ter ficado com certo ódio por essa homenagem, o que é a intenção do fato.
Com tudo, a noite
já estava esquentando, Ivete deu o seu melhor, como na edição 2011 abrindo para
Shakira, agora era para sua mais nova BFF, lady Beyoncé. Mas antes da chegada
mãe de Blue Ivy, o homem da pista das baladas aterrissou uma nave para transformar
a cidade do rock na “maior balada do mundo”.
Apesar de ser uma
proposta significativa, o show em si foi morno e bem simples. Mesmo sendo a
primeira vez de um DJ comandar suas pick-ups dentro do Rock’n’Rio no palco
principal e na cidade maravilhosa, nosso querido David Guetta não saiu de seu
setlist habitual que circula o mundo, em uma apresentação apertada e recheada
de hits em parceria com outros cantores, no qual acredito que poderia ter usado
mais de canções próprias, sendo que seus álbuns têm sido bem recebidos pelos
fans e crítica. (Ab)usar de terceiros não soou como algo tão bacana, ainda mais
o mestre da mesa eletrônica que tem um material vasto para animar qualquer
festa.
E temos que
creditar a ideia de transformar o Palco Mundo em uma tenda eletrônica deu
certo, mas seria perfeito de o próprio DJ confiasse no seu próprio repertório.
A atração
principal da noite estava por vim, com seu gingado para fechar a noite. Nossa lindeza
Queen Mrs. Carter entrou com seus carões previsíveis e sua dominação ao dançar
que conquistou mundo a fora. A megaprodução que viaja pelo planeta com seu
roteiro recheado de trocas de roupas metricamente definido com uma equipe
gigantesca que faz essa ópera dar tão certo. O triste é o espaço a imprevisto
quase inexistente durante toda apresentação, porém o melhor da noite foi quando
nossa Beyonce encarnou uma funkeira em dançar “Ah lek lek lek”.
O show conta com
vídeos incríveis que costura as trocas de roupas e as performances de maneira
que evidenciam as posturas e a bela forma física da diva americana. A apresentação
de entrada da cantora traz largas referências à rainha Antonieta, na qual é a
expressão máxima da aristocracia (assim, colocando-a na ponta do reinado pop). Com
a canção "Run The World", surge Beyonce incrivelmente bela no palco
com uma face séria e posse ensaiada, dando aos poucos o seu melhor ao público.
A segunda noite
contou com músicas com jeito de hino e bandeiras do Brasil na plateia, e Muse
dominou a noite com o melhor show, enquanto 30 Seconds to Mars teve o seu
momento. Apesar de uma estratégia bem feita, canções com cara de hinos e
colocar a bandeira do país como uma forma de estar mais próxima do público deu
o tom no sábado no Rock’n’Rio. O dia dito como ‘indie de arena’ temos como
destaque a desempenho do vocalista e guitarrista Matt Bellamy (Muse), mas quem
roubou a cena foi Jared Leto, líder do 30 Seconds to Mards, que além de ator, o
cantor conquistou a plateia e andou de tirolesa.
Florence and the
Machine, ganhou como o hit do dia, com “Dog Days Are Over”, além de conquistar o
melhor figurino da noite.
Já na abertura,
tivemos no Palco Mundo, o Capital Inicial apostando em homenagens ao Chorão e
Champignon, sem perder a irreverência dos protestos contra deputado.
A terceira noite
teve nosso muso Justin Timberlake com o melhor show, além de Jessie J, Alicia
Keys com Gadu e Kimbra com Olodum.
Com ares mais
dançantes e parcerias em alta, contou com pop de primeira qualidade, com Justin,
sendo o melhor show da noite. Ainda tivemos dance pop com dosagem no R&B e
muita interação com fans e plus de Jessie J.
Como é usual, a
abertura contou com uma banda brasileira, e a eleita da noite foi Jota Quest
que de lambuja teve o reforço de Lulu Santos, em “Tempos Modernos”. O palco
Sunset teve a neozelandesa Kimbra com Olodum: indie pop e os batuques fez muita
gente sacolejar.
Já durante a
apresentação de Alicia Keys, os fans contou com uma surpresa na canção “Fallin”,
dividindo os vocais com Maria Gadu. Apesar do atraso para ajeitar as madeixas,
Keys mostrou seu talento como diva soul e encantou todos os presentes na cidade
do Rock.
Jessie J, mesmo
não tendo nenhuma canção no hall dos grandes hits, realizou um show cravado de
uma hora, empolgando e sensualizando com seus fans. Agradeceu pela oportunidade
(e que oportunidade, acredito que seus álbuns deu uma impulsionada iTunes). Não
abusou de nenhum efeito pitoresco como as neodivas utilizam tão bem.
Mas, à noite, era
dele, o príncipe, o muso, o lindezo, o vitaminado, o divo, Justin Timberlake. Exatos
00h40 entrou no palco entoando seu primeiro single (pós-‘NSync) “Like I Love
You”. Alguns apontaram a escolha de repertório fraca, no qual gerou a dispersão
no miolo da apresentação. Unindo canções hits dos seus três álbuns com canções
poucas conhecidas do grande público. Justin conseguiu animar o início e a parte
final do show, cantarolando “What Comes Around” no violão, criando uma versão
mais acústica para esse sucesso. Além da homenagem realizada ao multifacetado
Michael Jackson.
Justin não se
esqueceu dos tempos de boy band, abusando dos passinhos e batidas um pouco mais
melosas. Aos poucas aberturas para interagir com o público, o Príncipe do Pop,
deixa claro seu amor pela cidade: “É aqui a melhor cidade do mundo, certo? É a
verdadeira cidade do amor”.
O saldo no final é
positivo para Justin, sua primeira apresentação no país desde o fim de sua
antiga banda, em meio o lançamento da segunda parte “The 20/20 Experience”,
apenas tem que tomar cuidado de como elaborar seu setlist para a turnê que
deverá iniciar até final do ano.
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