Álbum revelou o lado forte e
sombrio de Aguilera
No dia 26 de
outubro de 2002, a cantora Christina Aguilera largava a imagem “Genie in a
Bottle” para amadurecer vocalmente e transformar seu ar angelical diante as
câmeras, carregando em uma postura mais rock’n’roll com leves dosagens de
R&B e Soul, numa efeito cítrico de autoafirmação como artista e a
desfiguração da musa teen construída no seu debut na carreira. O disco é o
segundo trabalho de estúdio, mas contabiliza com quarto álbum lançado da
cantora.
Durante o
processo de divulgação, Aguilera concedeu entrevista à revista americana
Rolling Stone, do qual disse que desejava muito fazer um disco que refletisse
sua personalidade, comentando que se for possível, nada superficial, não queria
brilhar, só ser ela mesma...
Essa produção
contou com a presença de seu alterego intitulado “X-tina”, sendo de grande
valia para exploração explicita da sexualidade para desconstruir a aura de
menina bonitinha conquistada com seu primeiro disco.
“Stripped” lançou cinco singles: “Dirrty”, “Beautiful”,
“Fighter”, “Can’t Hold Us Downs” e “The Voice Within”.
A concepção
conceitual era fazer uma viagem e expressar a importância de transparecer mais
real, mas a ‘cara’ da cantora. As letras traduziam os momentos languidos e uma
dura realidade enfrentada por Christina, no qual explora em palavras as emoções
de uma vida cheia de traumas infantis, expondo todas as frustrações,
apreendendo encontrar no seu “EU” lírico as respostas para acalmar o estresse e
aceitar os seus erros.
A sua
receptividade diante a crítica, se deu regular, alguns veículos definiu como uma
produção pop, sem dúvida, Stripped era impecável. Revelando como maravilha para
os tempos modernos. A Rolling Stone US disse que o álbum, no geral, é mais
rock, mais sofisticado e incluía contribuições muito doces com o gênero Soul e
determinou que fosse um disco perfeito para os que estão em etapa de
crescimento.
A grande
temática desde álbum é seu embasamento lírico, do qual baseia em problemas
familiares e no amadurecimento da artista.
A primeira
música consiste em uma introdução do álbum, onde Aguilera utiliza recortes de
sua fala para uma entrevista à revista Rolling Stone: “agora, gostaria de me
apresentar... Perdão se te irrito... Aqui está, nada superficial, não quero
brilhar, não pretendo ser outra, somente eu...” (Stripped Intro).
No formato
non-stop, as canções se entrelaçam, dando todo o tom peculiar dessa obra. Nas composições,
Christina buscava expor sua vida de tal modo fosse visto como um clamor. Isso
pode notar com o single “Can’t Hold Us Down” por relacionar ideias feministas,
fazendo clara referência a uma canção do rapper Eminem que depreciava a mulher.
Outras canções como “Walk Away”, “Infatuation” e “Underappreciated”, seguem a
descrição dela mesma, falando da relação sentimental que teve com o bailarino
Jorge Santos. Numa trilogia musical, a primeira faixa demonstra sua faceta
perdida, angustiada e fora de controle, a segunda busca o sentir a relação
entre eles e a terceira explora o ponto final da historia, colocando os pontos
chaves de argumentos no sentido de ser ‘desprezada’.
Uma canção que
vale a atenção é “I’m Ok”, por sua fala dos desastres emocionais infantis já
argumentados. Algumas frases de seu pai e lembranças do pânico que sentia nesse
período. Como declarou certa vez, a gravação dessa música serviu para “ajudar
no processo de recuperação emocional e dar-lhe uma voz de fôlego para as
pessoas que estão vivendo situação semelhante”.
Ouça aqui o álbum em qualidade HD:
Agora, vamos
destrinchar os cinco singles:
1- Dirrty: um conceito de “baixa e
suja”, serviu para anunciar a volta da cantora e personalizar uma nova
identidade visual. O single apresentava um erro ortográfico proposital para
trazer personalidade a música. Com dosagem homeopáticas de estilo hip hop, as
linhas no coro e do rapper Redman são essenciais para desenvolver todo o
conceito, já que a música tem como inspiração a canção "Let's Get Dirty (I
Can't Get in da Club)" (2001) do próprio Redman com fio condutor. A letra
detalha atividades sexuais com a dança. Quanto ao erro ortográfico no título,
considerando chamar a atenção para a faixa, além de ter sido estudado o uso “Dirtee”
ou “Dirrdy”. Sendo a escolha da própria cantora por “Dirrty” como reflexo do
clipe, comentando, "Eu senti que ter dois "R" seria como, forma de
grrr... corajosas... e coisas ilegais acontecendo". E, definimos o clipe
como "uma orgia pós-apocalíptica".
2- Beautiful:
o segundo single tinha como mensagem fundamental de sua letra mostra a história
de alguém que está lutando contra problemas de baixa autoestima e insegurança,
sendo sua principal mensagem é sobre expor sua beleza interior e não deixar que
as opiniões alheias e palavras perturbarem a sua própria paz de espírito. O clipe
buscar no conceito de mostrar imagens claras sobre alguns temas como anorexia,
a discriminação com aparência física, raça e orientação sexual.
3- Fighter:
a terceira faixa trabalhado desse álbum deriva de origens de pop rock e rock,
numa miscelância de som eletrônico e sintetizadores. E, sua abordagem lírica compreende
na história de um amante que cometeu erros. Segundo, como a própria cantora
definiu, celebra os tempos difíceis para a criação de uma “lutadora”,
explicando fases da sua vida e como as traições mudaram o encarar o mundo. O clipe
é um retratado simplista dessa metamorfose lenta, mas que gera certa constância,
na necessidade do buscar força interior, mesmo com o coração partido, sendo no
final, tornando-o inquebrável.
4- “Can’t
Hold Us Down”: com base no R&B contemporâneo, elementos de hip hop e
dancehall, o quarto single norteia o ataque contra o duplo sentido padrão da
sociedade que reverência os homens que contabilizam suas proezas sexuais,
enquanto as mulheres são menosprezadas por apresentarem esse tipo de conduta. Além
de explorar o poder feminino, autoconsciência e a desigualdade social. O clipe
busca representar a aura feminina exposta na letra, dando a chance das mulheres
reclamarem os mesmos direitos dos homens.
5- “The Voice Within”: e fechamos
com a canção que explora na letra o poder de confiar em si e em seus instintos.
Seguindo os traços de “Beautiful”, Christina decifrar o consolar e incentiva a
jovem para "Olhar para dentro de si mesmo" em tempos difíceis.
"A vida é uma viagem / Pode levar você a qualquer lugar que você escolher
para ir / Enquanto você está aprendendo / Você vai encontrar tudo o que você
precisa saber / Você vai fazer isso / Só não vá abandonar a si mesmo / Ninguém
pode parar você / você sabe que eu estou falando com você!" O aparecimento
de um coral no final aumenta o tom de inspiração da faixa. O vídeo feito em uma
única tomada, sem cortes, e em preto & branco para transpor o espectador a
todo o conceito exposto na letra da música.
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