terça-feira, 5 de novembro de 2013

20 Anos: “The Girlie Show”

Passagem épica por terras tupiniquins
 Comentar sobre essa turnê é como viajar no tempo e relembrar minha infância e identificar aonde nasceu minha admiração pela “Rainha do Pop” Madonna.
Era novembro de 1993, a internet nascia com dosagem de passos lentos, muitos nem imaginara sua posição midiática de base fundamental na vida normativa dos seres humanos, tão era vagarosa sua implementação na vida social, sendo de suma importância o trio certeiro de comunicação: televisão, rádio e jornal/revista para o contato essencial com mundo e a cultura pop. Em tempos que acabará de desembarcar o selo MTV no Brasil, Madge chegava com seu meteórico show de encher os olhos com a volúpia de sua potencialidade artística, algo jamais visto anteriormente por nenhum artista, ainda mais feminino antes. Toda a linguagem teatral, a textura de circo, a excelência musical e o domínio da dança; tudo ao alcance dos seus fans efervescente dos trópicos. Um mix da melhor forma física e artística da cantora, apresentados até ali, após três tours bem sucedidas; apontava com seu alterego Dita (personagem que ganhou corpo devido seu trabalho anterior) o polêmico e conceitual “Erotica”, o livro “Sex” que bebia do leque do fetichismo variado entre os seres humanos e o transgressor filme “Corpo Evidência”, tínhamos a Madonna livre e solta como nunca (não que hoje seja diferente, mas estamos falando do início de 1990, quando tudo era no underground).
Em sua passagem pelo Brasil, Madge constava em jornais e programas de tevê diariamente, a imprensa no geral, cravou sede de frente ao lendário Ceaser Park Hotel, na Augusta, em São Paulo; na ânsia de vigiar todos os passos da artista pela cidade. A loucura do inferno pop, a gritaria, o alvoroço, a parafernália, as luzes, as câmeras, os fans, o policiamento e tudo mais, refletiam comentários da própria Madonna das dificuldades e incômodos encontrados para dormir e se preparar para as apresentações no país.
Foram dois espetáculos, um na cidade de São Paulo, no dia 03 de novembro, levando um público de 70 mil pessoas ao Morumbi, sendo ali seu maior público pagante dessa turnê. E, no dia 06 de novembro, os cariocas contemplaram uma apresentação no maior estádio do mundo, Maracanã, chegando ao recorde de 120 mil pessoas.  
Toda teatralidade apresentada era composta pelos conceitos e engenharia de palco desenvolvida pelo fiel escudeiro (até então) e amigo, Christopher Ciccone, seu irmão, que conduzia ao seu lado, a maior viagem do show biz.
Madonna apresentava sua obra-prima, uma evolução artística de extrema expressividade, sua essência magistral dominadora que conquistou o mundo afora, condensou com sua passagem pelo Brasil, agraciando seus súditos com algumas surpresinhas (algo que continua a fazer até hoje). Frases feitas em português e abrir parte de seu show ensaio para público, foram algumas dessas surpresas. À noite, entoou o clássico “Garota de Ipanema”, além de vestir a camisa da seleção canarinho em Sampa, enquanto na apresentação do Rio, a camisa do Flamengo foi destaque, levando o público ao delírio.
Deixando sua marca e sintetizando sua breve e operística passagem por nossas terras tupiniquins. 





Setlist:
Intro
Erotica
Fever
Vogue
Rain / Just My Imagination
Express Yourself
Deeper and Deeper
Why’s It So Hard
In This Life
The Beast Within
Like a Virgin
Bye Bye Baby
I’m Going Bananas
La Isla Bonita
Holiday
Justify My Love
Everybody

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