segunda-feira, 27 de março de 2017

Live-Action “A Bela e a Fera”

Apego sentimental atrelado à clássica animação




      “Um conto tão antigo quanto o tempo // Tão verdadeiro quanto pode ser..., parafraseando os primeiros versos, venho aqui dividir com vocês, minha experiência de assistir (quase) duas semanas após seu lançamento, o grande lançamento dos estúdios #Disney para essa temporada.
      “A Bela e a Fera” exerce em minha vida, um sentimento muito pueril, por ser minha primeira vivência em sala de cinema, proporcionada por minha ‘mamma’, algo muito similar nos tons de sensações com a “Cinderella”, porém, no teatro, o qual desossou toda a história à medida que o espetáculo decorria (algo que posso comentar numa outra oportunidade). Mas, voltando, a animação de 1991 contagiou os olhos de um menininho com seus 3/4 anos de idade, vidrado com o gigantismo da tela naquela sala escura.
      Agora, o live-action, 26 anos depois (sim, como estou velho), constata com todo o afeto de ligação que explica minha inspiração pelas artes.
      Como uma grande contadora de história, a Disney pesca nesse elo de amor, ternura, afeição e apego emocional para resgatar as criancinhas do início dos anos 90 para recontar o clássico. Diferentemente de Malévola, o qual embarcou num novo olhar para animação de 1952, de Cinderella, refazendo todo aquele universo ‘conto de fadas’ clássico de 1950, ou mesmo, de Mogli – O Menino Lobo, dando vida real/digital aos bichos de 1967, A Bela e a Fera está fadado à fusão com suas origens.
        Os primeiros acordes do instrumental que apresenta a logo do estúdio, vejo-me derramar as primeiras gotículas de lágrimas, apesar de não externar com facilidade minhas emoções, deixou-me levar pela surpresa dos meus sentimentos sendo reavivados.

       Podemos afirmar que o filme reconstrói, de maneira fiel, todo o clima da animação, com números musicais que reúne multidão que lembra as paradas nos parques temáticos do Mickey, a relação de amor platônico entre LeFou e Gaston, a diversidade que já se encontrava na animação, mas agora, apontada de forma objetivo e sem embaraço. Ou mesmo, o empoderamento de Bela por Emma Watson, que serve como um “grito” para meninas que elas devem ser o que elas querem ser. E, desculpa-me as feministas, mas a “Síndrome de Estocolmo” fica em segundo plano, já que, estamos assistindo o conto, apenas um conto de amor, e, visando que toda ação requer uma reação, e nem todo mal é absoluto como propõe Condon, quando expõe o passado da Fera.
           Um momento que o longa perde o brilho é quando os serviçais do castelo não trazem os traços carismáticos tão explorado na animação. Acredito que se perde um pouco com a falta de cuidado neste aspecto e na digitalização exacerbada da Fera.

          Em linhas gerais, por mais que não atinja a excelência, o filme consegue o laço afetuoso em resgatar aquelas criancinhas dos anos 90, e transpô-las nas salas para, mais uma vez, viver o Love lives on inside our hearts and always will, como entoa a cantora Celine Dion nos créditos finais. 

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