Definido como a bíblia do pop, reúne todo o vigor da princesinha
Lançado em 25 de outubro de 2007, no meio de turbilhão que tornou-se a vida privada da cantora Britney Spears. O álbum serviu como um trampolim de retorno a indústria musical após hiato de quatro anos e toda polêmica a que girava a sua volta.
Blackout deriva de gêneros como eletropop, funk, dance-pop, R&B, eurodance e dubstep, com pitadas de urbano. Os tons líricos presentes realiza recortes a canções como "I'm A Slave 4U" e "Toxic" e traços da inocência vista lá no início da carreira, quebrando todos os paradigmas. Para tanto, podemos observar as canções do disco como flertam temas de sexo e a dança, algo comum na discografia da #Brit, além de dosar elementos como a fama e a mídia, e não pautar de maneira doce, porém, de forma orgânica e ácida.
Musicalidade
Produzido por Danja, The Neptunes, Keri Wilson, Jim Beaz, entre outros, o disco traz a primeira assinatura de #Britney como produtora executiva. Apresentando vocais considerados robóticos e uso deliberado de sintetizadores, temos três singles: a incrível e enérgica "Gimme More", a eletrizante e barulheta "Piece Of Me" e "Break The Ice" - irmã gêmea de "I'm A Slave 4U". Também temos "Radar" com seus elementos euro-disco e sintetizadores distorcidos do qual ganhou sobrevida como single de Circus. "Get Naked", dueto com Danja, contem todo o clima sexhot nos gemidos e sussurros; "Heaven On Earth", nos traz a recordação a rainha das pistas de dança, Donna Summer, e sua "I Feel Love", e segmentos que bebem do new whave e música experimental; "Toy Soldier", "Freakshow", "Ooh Ooh Baby" (pontua pela presença da guitarra flamenca), "Why Should I Be Sad" e "Perfect Lover", todas boas para dançar.
Conceito
O que dizer da abertura com "Gimme More" e icônica frase "it's Britney, bitch"??? O disco vem carregado por ironia e à urgência do prazer hedonista, além de brincar com as expectativas do público. É bárbaro ver uma artista do importância de #Britney não ser rasa em relatar todo o sofrimento público com um disco recheado de baladas açucaradas. Porém, ela propõe o seu melhor; a dança, o suor, o autotune para deixar o passado de lado e seguir para o futuro.
"Blackout é o disco pós-apagão de #Brit, e obviamente era onde todo mundo foi para buscar entender o que tava se passando naquela cabeça, naquele momento. E o primeiro single, potencializado pela performance desastrosa do VMA, não deu a resposta esperada: como alguém que atravessa o inferno está "pedindo mais"? Como a dureza de um breakdown emocional não amolece seus sentimentos? (Não há baladas no disco, por exemplo). Em Piece Of Me, que talvez seja a música mais emblemática do disco, o lance da transferência de culpa que ela estabelece com a mídia é uma ótima sacada para despistar qualquer apontamento sobre sua própria subjetividade: não sabemos como o breakdown afetou Britney em suas próprias palavras (mesmo que não seja compositora, enquanto intérprete, seu discurso é o que ele projeta).", pontua Talles Colatino.
Singles
- "Gimme More": primeira música de trabalho e abre o disco, e a mensagem é bem clara na abertura da faixa: "It's Britney, bitch!". A #PrincesaDoPop dá as coordenadas de como será todo o projeto musical. Muita música dance pop abraçando o eletropop e o funk. Nesta faixa, a jovem representante do sonho americano, trata de assédio da mídia e da invasão de sua vida privada. "Câmeras e flashes em meu caminho", verbaliza a cantora, entre sussurros, gemidos, gritinhos by #BritneyBitch.
- "Piece Of Me": apontada com o hino, tem como base todo o eletropop em soma com pop groove, além de apresentar forte distorção vocal que confunde sobre quem realmente canta. E, os galos numa rinha?! Você nunca percebeu??? Então, ouça com atenção (rs). Brit diz: “eu sou a Miss Sonho Americano desde os 17 anos (…) eles ainda vão colocar fotos da minha bunda na revista (…)”. Nossa princesinha sendo hipócrita, pois muitas das situações vividas são alimentada pela própria.
- "Break The Ice": aqui temos um revival a "I'm A Slave 4U". Bem na linha R&B e eletropo, a faixa concentra elementos de leve influência do rave e do crunk, subgênero do hip-hop.
Polêmicas
Como não poderia deixar de lado, as polêmicas fazem desse álbum. Tanto que, a Igreja Católica chegou sugeriu boicote ao seu lançamento, por trazer Britney toda sensual num confessionário. As imagens produzidas por Ellen Von Unwerth, temos nossa princesa do pop em poses sugestivas ao lado de um padre. Daí, o apelido de "Bíblia do Pop".
Recepção
Com análises positivas, o disco pontua como um trabalho sólido e a voz e o estilo que são inegavelmente de #Britney estão totalmente intactos. Contudo, cinco anos após seu lançamento, a revista Rolling Stone elegeu-o como o álbum mais influente da música. Tal escolha, não envolveu participação de fans ou da crítica, sendo uma decisão do jornalista Rob Sheffield, depois de ouvir a versão demo de "Telephone". “Gostei mais da versão da Britney do que a da Lady GaGa, que já é brilhante”, revelou. “‘Telephone’ lembra muito ‘Piece Of Me’, hit da Britney em 2007, revelando mais uma vez o impacto do trabalho de Britney Spears na música pop atual. As pessoas podem rir, mas o que esta demo de ‘Telephone’ prova é que ‘Blackout’ é o álbum que mais inlfuenciou a música pop nos últimos cinco anos”, explica. Para justificar sua escolha, Rob foi mais além: “Britney usa o auto tune como Bob Dylan usava sua gaita. Nada mais pode expressar o universo Britney que uma ‘música de telefone’ [o jornalista compara o efeito do auto tune com a distorção na voz através do telefone]. O que faz Britney Spears ser a mais perfeita dentre todas as cantoras pop é o romance entre sua voz e a máquina. Esta música é ideal para Britney. Você não pode machucá-la, não pode tocá-la porque ela está ocupada [brinca com ‘kind of busy’, letra de ‘Telephone’]. Ligue o quanto quiser, mas você nunca vai achá-la ao telefone”. E finaliza a matéria dizendo que não está desprezando a versão de Lady Gaga já que “não poderia viver sem ela”, mas o mundo seria melhor se “Telephone” tivesse sido gravada pela princesa do pop.
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