Programa marcou uma geração
e sobressaiu entre os que abordavam a linguagem infantil para entretenimento
Só quem viveu a infância entre as décadas de 80 e 90,
entenderam todo o frenesi com o programa "Xou da Xuxa". Hoje, há 30 anos atrás, nas manhãs da Rede
Globo, estreava o primeiro de 2000 programas que transformou Xuxa Meneghel na eterna "Rainha dos Baixinhos". Pode ser
nostálgico, mas as crianças geração 2000, não saberão identificar a sensação de
ouvir "Bom dia amiguinhos já estou
aqui. Tenho tantas coisas pra nos divertir..." todas as manhãs. Em
entrevista especial ao portal UOL, #Xuxa revelou o que mais sente falta daquele período: "O cheiro das crianças, os gritinhos e deles todos em volta de mim nos intervalos", relembrou.
O programa traduz todo o marco que a "Rainha dos Baixinhos" representou
para os anos 80 e 90, meninas de 'xuxinhas'
na cabeça, as botas, as minissaias e as loucas meninas que descoloriam seus
cabelos para serem uma das felizardas como paquita.
Em virtude dessa data tão especial, via sua conta no Facebook, Xuxa publicou vídeo em homenagem a todos seus fans dessa época, no
qual a transformou no maior ídolo infantil.
"O Xou
da Xuxa está fazendo aniversário e, na realidade, vou falar sobre isso
porque eu sei que tem muitos baixinhos que nunca vão deixar de ser baixinhos
porque fizeram parte dessa geração. Porque acordavam cedo, curtiam tomar café
ao meu lado, sonhavam em descer da nave. Para vocês, que são dessa geração, e
me chamaram de amiga, babá, companheira. Tem pessoas que falam, 'nossa, ela foi
minha mãe'. Exagero, né? Mas tudo bem, já ouvi isso. Um beijo bem carinhoso a
vocês e obrigada porque vocês fazem parte da minha história", afirmou.
"Se vocês acham que eu faço parte da
história de vocês, tenha certeza que a minha história só é completa porque
vocês fazem parte dela. Parabéns para vocês", disse.
Fenômeno
Não era
de espantar nomes como Rosana, Trem da
Alegria, Fábio Jr., Fagner, Patríca Marx, entre outros, surgirem na telinha
de casa pela manhã. O fenômeno programa datava como ‘obrigatoriedade’
artistas de diversos gêneros apresentarem seus grandes sucessos no palco infantil
da apresentadora, levando ao status de excelência. A proporção
do sucesso de Xuxa, resultou em
versões gringas do seu “Xou”. A
primeira parada foi na Argentina (país até hoje é referenciada como uma ‘soberana’)
com seu “El Show de Xuxa”, exibido
pela rede Telefe, abraçando a grade
de 17 países latinos pela América, além do mercado latino na #TerraDoTioSam e a Europa via Espanha.
Também figura uma versão em inglês para os norte-americanos amarem a loura
angelical.
Figurino
Hoje,
taxamos como brega, todo o figurino usado pela Xuxa. Mas, durante a exibição dos programas, foram mais de 700
roupas criadas pela figurinista Sandra
Bandeira, Marcelo Cavalcanti
(estilista que atua até hoje com a Rainha)
e equipe.
Em
entrevista ao UOL, Marcelo disse que buscava referências no
que havia de melhor na moda ao redor do globo, estilistas como Jean-Paul Gautier, Christian Lacroix e Franco
Moschino. A apresentadora também colaborava com ideias e sua mãe, dona Alda, idealizou alguns modelos no
início do programa.
O figurino
tinha a pegada futurista que o propunha o “Xou”
e refletia tudo isso em suas roupas com o tom surrealista e multicolorido.
Xou da Xuxa – O Disco
O álbum homônimo
ao programa, também teve seu lançamento no mesmo dia do primeiro programa no ar.
Com produção de Guto Graça Mello,
notou que aquela jovem mulher, ex-modelo e aspirante a apresentadora infantil,
não tinha voz para cantar. Mas, João
Araújo, então, presidente do selo Som
Livre, entregou a missão para Guto
no melhor estilo ‘se virar’ e produz
o disco derivado do programa.
Podemos identificar
a missão (quase) impossível enfrentado pelo Guto,
pois percebeu que Xuxa não tinha
talento vocal, a voz dela era pequena (infantil) e não alcançava as notas.
Porém, não fosse a questão vocal, Guto
ainda tinha os compositores que não desejavam entregar músicas para ‘aquela menina loura’ cantar. Iniciando
uma batalha para buscar músicas, já que ambicionava compositores do cenário do
rock nacional, utilizando arranjos e instrumental com essa ótica para enriquecer
o universo musical infantil.
O triunfo
surgiu logo após o lançamento do “LP”,
uma semana após, atingiram 100 mil discos. Um fenômeno para qualquer artista na
década de 80. Pouco tempo depois de entregar o disco de ouro para Xuxa, veio a informação de atingiram 250
mil, e assim, o nível seguiu em progressão geométrica.
De acordo
com Guto Graça, em entrevista ao UOL, “quando chegou em 2,5 milhões, o João já estava de saco cheio, porque
tinha que parar a fábrica, e falou: 'Ou a gente faz disco para vender --e não
parava de vender-- ou disco-prêmio'. Daí eu disse: 'Inventa um disco de
diamante. Faça um disco como se fosse de platina, bota um diamantezinho e dá
para sua artista'. O João botou um plástico bem vagabundo e foi a primeira vez
que teve esse negócio de disco de diamante”, e dessa maneira, sem saber
cantar, Xuxa vendeu 2,5 milhões de
álbuns em sua estreia na Globo.
Em sua
discografia, Xuxa reúne 217 discos de ouro, 80 de platina, 35 de platina duplo,
18 de platina triplos, 11 discos de diamante e 5 discos de diamante duplo.
Somando mais de 40 milhões de discos vendidos em sua carreira. Sendo 28 álbuns
de estúdio, 13 compilações e oito álbuns em espanhol.
E, note,
ela não sabe cantar...
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