sexta-feira, 9 de setembro de 2016

“Perfect Illusion”: o retorno de Gaga ao pop

Clima oitentista impera em faixa que marca a volta da Gaga


A madrugada dessa sexta-feira ficou em polvorosa por aguardar com ansiedade o novo single da cantora Lady Gaga, direcionado ao mundo pop, após três anos dedicados ao universo jazzista com Tony Bennett e ganhar um Globo de Ouro como Melhor Atriz na série "American Horror Story". Confesso, estava gerando grandes expectativas, por acreditar que esse tempo entre “ArtPop” (álbum ‘mal’ compreendido, e apenas com o distanciamento do seu lançamento, podemos traçar um entendimento sobre essa conexão de arte+pop proposto pela cantora americana), porém vamos voltar para o foco: “Perfect Illusion”. Sim, estava ansioso por esse lançamento, esperando boas dosagens pop e toda a excentricidade da #MotherMonster. Contudo, o primeiro single do #LG5, projeto que chegará em sua totalidade apenas em fevereiro de 2017, deu-se em mim, uma certa nostalgia da Gaga de outrora, principalmente dos tempos de #JustDance.

Passei a tarde de hoje, ouvindo sem parar, compreender esse mundo do ‘não é amor, não é amor’ de Lady Gaga, no qual identifiquei algumas satisfatórias referências da musicalidade dance, eletropop, disco e groove. Em alguns momentos temos a sensação de estar ouvindo uma canção de Donna Summer, mas sem a métrica musical das letras e os vocais evidentes da era disco. Outro momento que remete aos anos 80 são a presença da introdução com guitarras, teclados e ritmo acelerado, além do vocal cru, porém, grandioso de quem sabe cantar. Pois, nesse instante, a música gera uma conexão com a #RainhaDoPop, Madonna, e o eletropop tão em voga na década oitentista. Tanto que a semelhança com a faixa “Papa Don’t Preach” com as melodias e mudanças tonais não passaram desapercebidas pelos internautas, principalmente no trecho do refrão. A nítida simetria movimentou o #Twitter, apimentando a velha rixa entre os fans-base das duas divas.


Anfetamina e Outras Drogas de Celebração
Entre um cosplay e outro, a composição presta uma homenagem ao viajar no imaginário das festas tão presentes na vida de Gaga: "Eu não preciso de olhos para ver / Eu senti você me tocando / Chapada como anfetamina / Talvez você seja apenas um sonho", entoa em trecho da faixa. Algo que a própria cantora afirmou, em entrevista recente, que a nova canção é sobre o “ecstasy moderno”. "Encontramos uma maneira simples, doce e raivosa de dizer isso. Eu sinto essa adrenalina forte correr em mim toda vez que a ouço", revelou. 


Cilada, Cilada do Amor
Em linhas gerais, o single que tinha todo o caminho promissor para transformar em mais um hit gagaônico, perde com o repetitivo refrão em 21 vezes (descontroladamente), abandonado toda a sutileza sexy na melodia crescente que a faixa apresenta no início. Todavia, apesar de usar um velho recurso manjado de virar o tom da música para gritar (loucamente) 'perfect illusion' mais uma dezena de vezes, deixa claro que o pretensioso hino disco-rock, cai no âmbito pagodeiro da cilada Molejão.



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