Clima
oitentista impera em faixa que marca a volta da Gaga
A madrugada dessa sexta-feira ficou em polvorosa por aguardar com ansiedade o novo single da cantora Lady Gaga, direcionado ao mundo pop,
após três anos dedicados ao universo jazzista com Tony Bennett e ganhar um Globo
de Ouro como Melhor Atriz na
série "American Horror Story". Confesso, estava gerando grandes
expectativas, por acreditar que esse tempo entre “ArtPop” (álbum ‘mal’ compreendido, e apenas com o distanciamento do
seu lançamento, podemos traçar um entendimento sobre essa conexão de arte+pop
proposto pela cantora americana), porém vamos voltar para o foco: “Perfect Illusion”. Sim, estava ansioso
por esse lançamento, esperando boas dosagens pop e toda a excentricidade da #MotherMonster. Contudo, o primeiro
single do #LG5, projeto que chegará
em sua totalidade apenas em fevereiro de 2017, deu-se em mim, uma certa
nostalgia da Gaga de outrora,
principalmente dos tempos de #JustDance.
Passei a tarde de hoje, ouvindo sem parar,
compreender esse mundo do ‘não é amor,
não é amor’ de Lady Gaga, no qual
identifiquei algumas satisfatórias referências da musicalidade dance,
eletropop, disco e groove. Em alguns momentos temos a sensação de estar ouvindo
uma canção de Donna Summer, mas sem
a métrica musical das letras e os vocais evidentes da era disco. Outro momento que remete aos anos 80 são a
presença da introdução com guitarras, teclados e ritmo acelerado, além do vocal
cru, porém, grandioso de quem sabe cantar. Pois, nesse instante, a música gera
uma conexão com a #RainhaDoPop, Madonna, e o eletropop tão em voga na
década oitentista. Tanto que a semelhança com a faixa “Papa Don’t Preach” com as melodias e mudanças tonais não passaram
desapercebidas pelos internautas, principalmente no trecho do refrão. A nítida simetria
movimentou o #Twitter, apimentando a
velha rixa entre os fans-base das duas divas.
Anfetamina
e Outras Drogas de Celebração
Entre um cosplay e outro,
a composição presta uma homenagem ao viajar no imaginário das festas tão
presentes na vida de Gaga: "Eu não preciso de olhos para ver / Eu senti
você me tocando / Chapada como anfetamina / Talvez você seja apenas um sonho",
entoa em trecho da faixa. Algo que a própria
cantora afirmou, em entrevista recente, que a nova canção é sobre o “ecstasy
moderno”. "Encontramos uma maneira
simples, doce e raivosa de dizer isso. Eu sinto essa adrenalina forte correr em
mim toda vez que a ouço", revelou.
Cilada, Cilada do Amor
Em linhas gerais, o single que tinha todo o caminho promissor para transformar em mais um hit gagaônico, perde com o repetitivo refrão em 21 vezes (descontroladamente), abandonado toda a sutileza sexy na melodia crescente que a faixa apresenta no início. Todavia, apesar de usar um velho recurso manjado de virar o tom da música para gritar (loucamente) 'perfect illusion' mais uma dezena de vezes, deixa claro que o pretensioso hino disco-rock, cai no âmbito pagodeiro da cilada Molejão.
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