segunda-feira, 3 de março de 2025

E estamos totalmente premiado com o primeiro Oscar


 “Ainda Estou Aqui”: O Triunfo Brasileiro e o Etarismo da Academia


A vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar de Melhor Filme Internacional representou um momento histórico para o cinema brasileiro, reafirmando a força artística do país no cenário global. Desde o início da temporada de premiações, o filme acumulou reconhecimento e se consolidou como um dos grandes favoritos. Com uma narrativa envolvente e um trabalho técnico impecável, sua consagração na categoria internacional era um desfecho esperado e merecido. Parte do impacto do filme se deve à atuação brilhante de Fernanda Torres, cuja performance arrebatadora foi amplamente aclamada. Além de carregar o filme com sua presença magnética, a atriz desempenhou um papel fundamental na campanha do longa, tornando-se uma das figuras mais comentadas da temporada. Sua indicação ao Oscar de Melhor Atriz parecia um passo natural para um reconhecimento maior, não apenas por sua atuação excepcional, mas também pelo significado que sua vitória teria para o cinema brasileiro e para a correção de injustiças históricas da premiação. No entanto, a decisão da Academia de premiar Mikey Madison por sua atuação em Anora reforçou não apenas um padrão recorrente e questionável do Oscar—sua resistência em premiar atrizes e atores que fazem parte do Melhor Filme Internacional—mas também um problema ainda mais profundo: o etarismo da indústria cinematográfica. Em vez de reconhecer Fernanda Torres, que protagonizou um dos filmes mais celebrados da temporada, ou mesmo Demi Moore, que teve um retorno triunfal e arrebatador este ano, a Academia optou por premiar uma atriz jovem, ignorando o trabalho maduro e sofisticado de intérpretes em plena maturidade artística. Historicamente, Hollywood tem um histórico problemático de privilegiar atrizes mais jovens em detrimento de veteranas que apresentam performances igualmente ou ainda mais complexas. Essalógica, que reflete uma cultura de descarte da mulher no cinema à medida que envelhece, se repetiu nesta edição do Oscar, desperdiçando uma rara oportunidade de valorizar atrizes que atingiram o auge de sua carreira e entregaram performances inesquecíveis. Além disso, essa escolha desperdiçou uma chance de reparação histórica. A vitória de Fernanda Torres teria sido um reconhecimento não apenas ao seu talento excepcional, mas também ao legado de sua mãe, Fernanda Montenegro, que em 1999 perdeu injustamente o Oscar para Gwyneth Paltrow, num dos momentos mais controversos da história da premiação. A escolha de Shakespeare Apaixonado e sua protagonista foram amplamente criticadas como um triunfo da estratégia agressiva de campanha da Miramax, liderada por Harvey Weinstein, em detrimento da excelência artística. Premiar Fernanda Torres teria sido um ajuste de contas necessário, finalmente reconhecendo o talento de uma atriz brasileira que, assim como sua mãe, deixou sua marca na história do cinema. O Oscar 2025 será lembrado não apenas pela consagração do Brasil em Melhor Filme Internacional, mas também pela insistência da Academia em seguir padrões ultrapassados que ignoram a grandiosidade de atrizes maduras. Ainda assim, a vitória de Ainda Estou Aqui reafirma que o Brasil está no mapa do cinema mundial—e que a Academia precisa olhar para ele com mais seriedade e menos preconceitos nos próximos anos.



“Ainda Estou Aqui”: The Brazilian Triumph and the Academy’s Ageism

The victory of Ainda Estou Aqui in the Best International Feature Film category at the Oscars marked a historic moment for Brazilian cinema, reaffirming the country’s artistic strength on the global stage. From the beginning of the awards season, the film gained recognition and established itself as one of the top contenders. With a compelling narrative and impeccable technical execution, its win in the international category was both expected and well deserved. A significant part of the film’s impact comes from Fernanda Torres’ brilliant performance, which was widely acclaimed. Beyond carrying the film with her magnetic presence, the actress played a crucial role in the film’s campaign, becoming one of the most talked-about figures of the season. Her nomination for Best Actress seemed like a natural step toward greater recognition—not only for her exceptional acting but also for what her victory would have meant for Brazilian cinema and the correction of historical injustices in the Academy’s voting patterns. However, the Academy’s decision to award Mikey Madison for her role in Anora not only reinforced a recurring and questionable pattern—the reluctance to award actors and actresses from the Best International Feature Film—but also highlighted a deeper issue: ageism in the film industry. Instead of recognizing Fernanda Torres, who starred in one of the most celebrated films of the season, or even Demi Moore, who delivered a triumphant and stunning comeback performance this year, the Academy chose to honor a younger actress, disregarding the mature and sophisticated work of performers at the peak of their artistic careers. Historically, Hollywood has demonstrated a troubling tendency to favor younger actresses over veterans who deliver equally, if not more, complex

performances. This trend, which reflects a culture of discarding women in cinema as they age, repeated itself at this year’s Oscars, wasting a rare opportunity to celebrate actresses who have reached the pinnacle of their careers with unforgettable performances. Moreover, this decision squandered an opportunity for historical reparation. Fernanda Torres’ victory would not only have been a recognition of her exceptional talent but also a tribute to her mother, Fernanda Montenegro, who was unjustly denied the Oscar in 1999 in favor of Gwyneth Paltrow, in one of the most controversial moments in the award’s history. The selection of Shakespeare in Love and its lead actress was widely criticized as a victory of Miramax’s aggressive campaign, led by Harvey Weinstein, over true artistic excellence. Honoring Fernanda Torres would have been a necessary reckoning, finally acknowledging the talent of a Brazilian actress who, like her mother, has made her mark in film history. The 2025 Oscars will be remembered not only for Brazil’s triumph in Best International Feature Film but also for the Academy’s persistence in upholding outdated standards that overlook the greatness of seasoned actresses. Even so, Ainda Estou Aqui’s victory reaffirms that Brazil is firmly on the world cinema map—and that the Academy must take it more seriously and with fewer biases in the years to come.



“Ainda Estou Aqui”: El Triunfo Brasileño y el Edadismo de la Academia

La victoria de Ainda Estou Aqui en el Oscar a Mejor Película Internacional marcó un momento histórico para el cine brasileño, reafirmando la fuerza artística del país en la escena global. Desde el inicio de la temporada de premios, la película acumuló reconocimiento y se consolidó como una de las grandes favoritas. Con una narrativa envolvente y una ejecución técnica impecable, su consagración en la categoría internacional era un desenlace esperado y merecido. Gran parte del impacto de la película se debe a la actuación brillante de Fernanda Torres, cuya interpretación fue ampliamente aclamada. Además de llevar la película con su presencia magnética, la actriz desempeñó un papel crucial en la campaña del filme, convirtiéndose en una de las figuras más comentadas de la temporada. Su nominación al Oscar a Mejor Actriz parecía un paso natural hacia un reconocimiento mayor, no solo por su excepcional actuación, sino también por el significado que su victoria habría tenido para el cine brasileño y la corrección de injusticias históricas en la votación de la Academia. Sin embargo, la decisión de la Academia de premiar a Mikey Madison por su papel en Anora no solo reforzó un patrón recurrente y cuestionable—la resistencia a premiar a actores y actrices de la Mejor Película Internacional—sino que también evidenció un problema más profundo: el edadismo en la industria cinematográfica. En lugar de reconocer a Fernanda Torres, quien protagonizó una de las películas más celebradas de la temporada, o incluso a Demi Moore, quien tuvo un regreso triunfal y deslumbrante este año, la Academia optó por premiar a una actriz joven, ignorando el trabajo maduro y sofisticado de intérpretes en el punto más alto de sus carreras artísticas. Históricamente, Hollywood ha mostrado una preocupante tendencia a favorecer a actrices más jóvenes sobre veteranas que entregan interpretaciones igualmente o aún más complejas. Esta lógica, que refleja una cultura de descarte de la mujer en el cine a medida que envejece, se repitió en esta edición de los Oscar, desperdiciando una rara oportunidad de valorar a actrices que han alcanzado la cima de sus carreras con actuaciones inolvidables. Además, esta elección desperdició una oportunidad de reparación histórica. La victoria de Fernanda Torres habría sido un reconocimiento no solo a su talento excepcional, sino también un homenaje al legado de su madre, Fernanda Montenegro, quien en 1999 perdió injustamente el Oscar ante Gwyneth Paltrow, en uno de los momentos más controvertidos de la premiación. La elección de Shakespeare in Love y su protagonista fueron ampliamente criticadas como un triunfo de la agresiva campaña de Miramax, liderada por Harvey Weinstein, en detrimento del verdadero mérito artístico. Premiar a Fernanda Torres habría sido un ajuste de cuentas necesario, finalmente reconociendo el talento de una actriz brasileña que, como su madre, ha dejado una huella en la historia del cine. Los Oscar 2025 serán recordados no solo por la consagración de Brasil en Mejor Película Internacional, sino también por la insistencia de la Academia en seguir patrones obsoletos que ignoran la grandeza de actrices maduras. Aun así, la victoria de Ainda Estou Aqui reafirma que Brasil está en el mapa del cine mundial—y que la Academia debe tomarlo más en serio y sin prejuicios en los próximos años.



“Ainda Estou Aqui” : Le Triomphe Brésilien et l’Âgisme de l’Académie

La victoire de Ainda Estou Aqui dans la catégorie Meilleur Film International aux Oscars a marqué un moment historique pour le cinéma brésilien, réaffirmant la puissance artistique du pays sur la scène mondiale. Dès le début de la saison des récompenses, le film a accumulé les distinctions et s’est imposé comme l’un des grands favoris. Avec une narration captivante et une exécution technique impeccable, son sacre dans la catégorie internationale était un dénouement attendu et mérité. Une grande partie de l’impact du film repose sur l’interprétation magistrale de Fernanda Torres, dont la performance a été largement saluée. En plus de porter le film avec sa présence magnétique, l’actrice a joué un rôle clé dans la campagne du long-métrage, devenant l’une des figures les plus discutées de la saison. Sa nomination à l’Oscar de Meilleure Actrice semblait être une étape naturelle vers une reconnaissance plus large, non seulement pour son jeu exceptionnel, mais aussi pour ce que sa victoire aurait représenté pour le cinéma brésilien et pour la correction d’injustices historiques dans le processus de vote de l’Académie. Cependant, la décision de l’Académie de primer Mikey Madison pour son rôle dans Anora a non seulement renforcé un schéma récurrent et contestable—la réticence à récompenser les acteurs et actrices issus du Meilleur Film International—mais a également mis en évidence un problème plus profond : l’âgisme dans l’industrie cinématographique. Plutôt que de reconnaître Fernanda Torres, qui a porté l’un des films les plus célébrés de la saison, ou même Demi Moore, qui a signé un retour triomphal et saisissant cette année, l’Académie a choisi d’honorer une actrice plus jeune, ignorant ainsi le travail mature et sophistiqué d’interprètes au sommet de leur art. Hollywood a toujours eu une tendance inquiétante à privilégier les actrices plus jeunes au détriment des vétéranes, dont les performances sont pourtant tout aussi, voire plus, complexes. Cette logique, qui reflète une culture de mise à l’écart des femmes à mesure qu’elles vieillissent dans l’industrie du cinéma, s’est une fois de plus manifestée lors de cette édition des Oscars, gâchant ainsi une rare opportunité de mettre en lumière des actrices ayant atteint l’apogée de leur carrière avec des performances inoubliables. De plus, ce choix a également privé l’Académie d’une réparation historique. La victoire de Fernanda Torres aurait été un hommage non seulement à son propre talent exceptionnel, mais aussi à l’héritage de sa mère, Fernanda Montenegro, qui avait injustement perdu l’Oscar en 1999 face à Gwyneth Paltrow, dans l’un des moments les plus controversés de l’histoire de la cérémonie. Le triomphe de Shakespeare in Love et de son actrice principale avait alors été largement critiqué comme le résultat d’une stratégie de campagne agressive menée par Harvey Weinstein et Miramax, au détriment de la véritable excellence artistique. Récompenser Fernanda Torres aurait été un geste de justice tardive, enfin reconnaissant le
talent d’une actrice brésilienne qui, comme sa mère, a marqué l’histoire du cinéma. Les Oscars 2025 seront ainsi retenus non seulement pour la consécration du Brésil dans la catégorie Meilleur Film International, mais aussi pour l’incapacité de l’Académie à briser ses schémas dépassés et à reconnaître pleinement la grandeur des actrices expérimentées. Néanmoins, la victoire de Ainda Estou Aqui confirme que le Brésil est désormais une force incontournable du cinéma mondial—et que l’Académie devra le prendre plus au sérieux et avec moins de préjugés dans les années à venir.



“Ainda Estou Aqui”: Il Trionfo Brasiliano e l’Ageismo dell’Academy


La vittoria di Ainda Estou Aqui nella categoria Miglior Film Internazionale agli Oscar ha rappresentato un momento storico per il cinema brasiliano, riaffermando la forza artistica del paese sulla scena globale. Fin dall’inizio della stagione dei premi, il film ha ottenuto riconoscimenti e si è affermato come uno dei grandi favoriti. Con una narrazione coinvolgente e una realizzazione tecnica impeccabile, il suo trionfo nella categoria internazionale era un esito atteso e meritato. Gran parte dell’impatto del film è dovuto alla straordinaria interpretazione di Fernanda Torres, la cui performance è stata ampiamente acclamata. Oltre a sostenere il film con la sua presenza magnetica, l’attrice ha svolto un ruolo cruciale nella campagna del lungometraggio, diventando una delle figure più discusse della stagione. La sua candidatura all’Oscar come Miglior Attrice sembrava un passo naturale verso un riconoscimento più ampio, non solo per la sua recitazione eccezionale, ma anche per il valore simbolico che la sua vittoria avrebbe avuto per il cinema brasiliano e per la correzione di ingiustizie storiche nel processo di votazione dell’Academy. Tuttavia, la decisione dell’Academy di premiare Mikey Madison per la sua interpretazione in Anora ha evidenziato non solo un modello ricorrente e discutibile—la riluttanza a premiare attrici e attori che fanno parte del Miglior Film Internazionale—ma anche un problema ancora più radicato: l’ageismo nell’industria cinematografica. Invece di riconoscere Fernanda Torres, protagonista di uno dei film più celebrati della stagione, o persino Demi Moore, che quest’anno ha avuto un ritorno straordinario e potente, l’Academy ha scelto di premiare un’attrice più giovane, ignorando il lavoro maturo e sofisticato di interpreti che si trovano all’apice della loro carriera artistica. Hollywood ha sempre mostrato una tendenza preoccupante a favorire le attrici più giovani rispetto alle veterane, le cui interpretazioni sono spesso altrettanto, se non più, complesse. Questa logica, che riflette una cultura di esclusione delle donne nel cinema con l’avanzare dell’età, si è ripresentata ancora una volta agli Oscar di quest’anno, sprecando una rara occasione per valorizzare attrici che hanno raggiunto il massimo della loro carriera con performance indimenticabili. Inoltre, questa scelta ha vanificato una grande occasione di riparazione storica. La vittoria di Fernanda Torres avrebbe rappresentato un riconoscimento non solo del suo straordinario talento, ma anche un omaggio all’eredità di sua madre, Fernanda Montenegro, che nel 1999 fu ingiustamente privata dell’Oscar a favore di Gwyneth Paltrow,
 in uno dei momenti più controversi della storia della premiazione. Il trionfo di Shakespeare in Love e della sua protagonista fu ampiamente criticato come il risultato di una strategia aggressiva di campagna orchestrata da Harvey Weinstein e Miramax, a scapito della vera eccellenza artistica. Premiare Fernanda Torres sarebbe stato un gesto di giustizia tardiva, riconoscendo finalmente il talento di un’attrice brasiliana che, come sua madre, ha segnato la storia del cinema. Gli Oscar 2025 saranno ricordati non solo per la consacrazione del Brasile come Miglior Film Internazionale, ma anche per l’incapacità dell’Academy di superare i suoi schemi obsoleti e di riconoscere pienamente la grandezza delle attrici esperte. Tuttavia, la vittoria di Ainda Estou Aqui conferma che il Brasile è ormai una potenza nel cinema mondiale—e che l’Academy dovrà prenderlo più seriamente e con meno pregiudizi negli anni a venire.


Idealizado por Elvis Belmontt
Colaboração Arthur Berckovich

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Ainda Estou Aqui

O Oscar, Fernanda Torres e a Busca por um Novo Significado


A nomeação de Ainda Estou Aqui nas categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Filme, além da indicação de Fernanda Torres a Melhor Atriz, representa um dos momentos mais significativos para o cinema brasileiro na história do Oscar. Em um cenário em que a Academia busca renovar sua imagem e expandir sua representatividade sem cair em gestos simbólicos vazios, premiar Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui seria uma escolha que une mérito artístico e impacto cultural legítimo.

Nos últimos anos, a premiação tem sido pressionada a se reinventar, seja para corrigir décadas de exclusão de vozes não-hegemônicas, seja para responder a um público global cada vez mais atento à diversidade das narrativas cinematográficas. No entanto, essa reinvenção frequentemente esbarra em estratégias de marketing e em um jogo de narrativa que transforma a representatividade em um artifício de roteiro. A força de Ainda Estou Aqui e da performance de Fernanda Torres está justamente em sua capacidade de transcender esse jogo: não se trata de um filme que entra na disputa apenas pela simbologia de sua origem, mas porque apresenta um cinema de altíssimo nível, emocionalmente poderoso e narrativamente sofisticado.

Diferente de casos recentes em que a Academia tentou abraçar o “novo” sem uma base artística sólida, Ainda Estou Aqui se impõe pelo que é. A atuação de Fernanda Torres, visceral e complexa, dialoga com um padrão de excelência historicamente reconhecido pela premiação, ao mesmo tempo em que amplia o escopo do que significa ser uma “melhor atriz” em um Oscar que ainda luta contra padrões preestabelecidos. Premiar Fernanda não seria um gesto condescendente ou um aceno superficial à internacionalização do prêmio, mas sim um reconhecimento real de uma das performances mais impactantes do ano.

Além disso, a presença do Brasil na categoria de Melhor Filme reforça a necessidade da Academia de se conectar com uma nova cinematografia global que não dependa exclusivamente de Hollywood ou do eixo tradicional europeu. O Brasil, que historicamente teve uma presença oscilante no Oscar, agora chega com um filme que desafia rótulos e se impõe pelo seu valor artístico, não por estratégias externas.

Se a Academia realmente deseja redefinir seu significado para o cinema mundial, premiar Ainda Estou Aqui e Fernanda Torres seria um passo autêntico nessa direção. Não como um artifício narrativo para sua própria história, mas como um reconhecimento do que o cinema, em sua essência mais pura, pode alcançar.





The Oscars, Fernanda Torres, and the Search 
for a New Meaning

The nomination of Ainda Estou Aqui in the categories of Best International Feature Film and Best Picture, along with Fernanda Torres’ nomination for Best Actress, represents one of the most significant moments for Brazilian cinema in Oscar history. At a time when the Academy is seeking to renew its image and expand its representation without falling into empty symbolic gestures, awarding Fernanda Torres and Ainda Estou Aqui would be a choice that unites artistic merit with genuine cultural impact.

In recent years, the Oscars have been under pressure to reinvent themselves—whether to correct decades of exclusion of non-hegemonic voices or to respond to a global audience increasingly attentive to diverse cinematic narratives. However, this reinvention often stumbles into marketing strategies and a game of narrative that turns representation into a mere plot device. The power of Ainda Estou Aqui and Fernanda Torres’ performance lies precisely in their ability to transcend this game: this is not a film in the race solely because of its symbolic significance, but because it presents top-tier cinema—emotionally powerful and narratively sophisticated.

Unlike recent cases where the Academy has tried to embrace the “new” without a solid artistic foundation, Ainda Estou Aqui asserts itself for what it is. Fernanda Torres’ visceral and complex performance aligns with a standard of excellence historically recognized by the Academy while broadening the scope of what it means to be a “Best Actress” in an Oscar race that still struggles against pre-established norms. Honoring Fernanda would not be an act of condescension or a superficial nod to the internationalization of the award but a genuine recognition of one of the most impactful performances of the year.


Moreover, Brazil’s presence in the Best Picture category reinforces the Academy’s need to connect with a new global cinema that does not rely exclusively on Hollywood or the traditional European circuit. Brazil, which has historically had an inconsistent presence at the Oscars, now arrives with a film that challenges labels and asserts itself based on its artistic value rather than external strategies.

If the Academy truly wishes to redefine its significance in world cinema, awarding Ainda Estou Aqui and Fernanda Torres would be an authentic step in that direction—not as a narrative device for its own history but as a recognition of what cinema, in its purest essence, can achieve.




Los Oscar, Fernanda Torres y la Búsqueda 
de un Nuevo Significado

La nominación de Ainda Estou Aqui en las categorías de Mejor Película Internacional y Mejor Película, junto con la nominación de Fernanda Torres a Mejor Actriz, representa uno de los momentos más significativos para el cine brasileño en la historia de los Oscar. En un momento en que la Academia busca renovar su imagen y ampliar su representación sin caer en gestos simbólicos vacíos, premiar a Fernanda Torres y Ainda Estou Aqui sería una elección que une mérito artístico con un impacto cultural genuino.

En los últimos años, los Oscar han estado bajo presión para reinventarse, ya sea para corregir décadas de exclusión de voces no hegemónicas o para responder a un público global cada vez más atento a la diversidad de narrativas cinematográficas. Sin embargo, esta reinvención a menudo tropieza con estrategias de marketing y un juego de narrativas que convierte la representación en un mero recurso argumental. La fuerza de Ainda Estou Aqui y la actuación de Fernanda Torres reside precisamente en su capacidad para trascender este juego: no es una película en la carrera solo por su simbolismo, sino porque presenta un cine de primer nivel, emocionalmente poderoso y narrativamente sofisticado.

A diferencia de casos recientes en los que la Academia ha intentado abrazar lo “nuevo” sin una base artística sólida, Ainda Estou Aqui se impone por lo que es. La actuación visceral y compleja de Fernanda Torres se alinea con un estándar de excelencia históricamente reconocido por la Academia, al tiempo que amplía el significado de lo que implica ser “Mejor Actriz” en una carrera al Oscar que aún lucha contra normas preestablecidas. Premiar a Fernanda no sería un gesto condescendiente ni un guiño superficial a la internacionalización del premio, sino un reconocimiento genuino a una de las actuaciones más impactantes del año.


Además, la presencia de Brasil en la categoría de Mejor Película refuerza la necesidad de la Academia de conectarse con un nuevo cine global que no dependa exclusivamente de Hollywood o del circuito europeo tradicional. Brasil, que históricamente ha tenido una presencia irregular en los Oscar, ahora llega con una película que desafía etiquetas y se impone por su valor artístico, no por estrategias externas.

Si la Academia realmente desea redefinir su significado en el cine mundial, premiar Ainda Estou Aqui y a Fernanda Torres sería un paso auténtico en esa dirección, no como un recurso argumental para su propia historia, sino como un reconocimiento de lo que el cine, en su esencia más pura, puede lograr.




Les Oscars, Fernanda Torres et la Quête d’un Nouveau Sens

La nomination de Ainda Estou Aqui dans les catégories du Meilleur Film International et du Meilleur Film, ainsi que celle de Fernanda Torres pour le Meilleur Actrice, représente l’un des moments les plus significatifs de l’histoire du cinéma brésilien aux Oscars. À une époque où l’Académie cherche à renouveler son image et à élargir sa représentativité sans tomber dans des gestes symboliques vides, récompenser Fernanda Torres et Ainda Estou Aqui serait un choix qui allie mérite artistique et impact culturel authentique.

Ces dernières années, les Oscars ont été sous pression pour se réinventer, que ce soit pour corriger des décennies d’exclusion de voix non hégémoniques ou pour répondre à un public mondial de plus en plus attentif à la diversité des récits cinématographiques. Cependant, cette réinvention se heurte souvent à des stratégies marketing et à un jeu narratif qui réduit la représentation à un simple artifice scénaristique. La force de Ainda Estou Aqui et de la performance de Fernanda Torres réside précisément dans leur capacité à transcender ce jeu : ce n’est pas un film en compétition uniquement pour sa portée symbolique, mais parce qu’il représente un cinéma de haut niveau, émotionnellement puissant et narrativement sophistiqué.

Si l’Académie souhaite réellement redéfinir sa signification dans le cinéma mondial, récompenser Ainda Estou Aqui et Fernanda Torres serait une démarche authentique, non comme un artifice narratif pour sa propre histoire, mais comme une reconnaissance de ce que le cinéma, dans son essence la plus pure, peut accomplir.



Gli Oscar, Fernanda Torres e la Ricerca di un Nuovo Significato

La nomination di Ainda Estou Aqui nelle categorie di Miglior Film Internazionale e Miglior Film, insieme alla candidatura di Fernanda Torres come Miglior Attrice, rappresenta uno dei momenti più significativi nella storia del cinema brasiliano agli Oscar. In un momento in cui l’Academy cerca di rinnovare la propria immagine ed espandere la rappresentanza senza cadere in gesti simbolici vuoti, premiare Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui sarebbe una scelta che unisce merito artistico e impatto culturale autentico.

Se l’Academy desidera realmente ridefinire il suo significato nel cinema mondiale, premiare Ainda Estou Aqui e Fernanda Torres sarebbe un passo autentico in questa direzione, non come un espediente narrativo per la propria storia, ma come il riconoscimento di ciò che il cinema, nella sua essenza più pura, può raggiungere.

domingo, 16 de fevereiro de 2025

BAFTA e o viés eurocêntrico

 

BAFTA, “Ainda Estou Aqui” e a Oportunidade de um Prêmio Verdadeiramente Global

O BAFTA sempre foi visto como um prêmio de prestígio, mas com forte viés eurocêntrico. Historicamente, sua premiação prioriza produções britânicas e europeias, consolidando a indústria local e reforçando um circuito fechado de reconhecimento. No entanto, diante de um mundo onde ideias conservadoras ganham espaço e a diversidade cultural enfrenta resistência, premiar Ainda Estou Aqui ao invés de uma produção europeia não seria apenas um gesto simbólico, mas uma afirmação de relevância do BAFTA no cenário global.

Diferente do Oscar, que nos últimos anos tem buscado ampliar sua representatividade e reconhecer cinematografias diversas, o BAFTA ainda avança de forma mais cautelosa nessa direção. Há um discurso de inclusão, mas a prática muitas vezes se limita a reconhecer filmes europeus que reproduzem um olhar já estabelecido sobre o que é “arte cinematográfica”. Ainda Estou Aqui, ao contrário, representa um cinema que rompe com essa bolha: é um filme profundamente humano, com uma abordagem universal sobre memória, perda e identidade, mas que carrega a força de uma produção brasileira, rica em sua perspectiva e autenticidade narrativa.

O BAFTA tem a chance de provar que sua visão de mundo não se limita às fronteiras da Europa. Em um momento em que o conservadorismo tenta ditar as regras do que é aceitável na cultura, reconhecer Ainda Estou Aqui seria um posicionamento claro de que o cinema não pode ser reduzido a uma estética única ou a uma geopolítica da premiação. Seria um passo para que o BAFTA deixasse de ser apenas um reflexo da indústria europeia e se consolidasse como um prêmio verdadeiramente global.


BAFTA, Ainda Estou Aqui, and the Opportunity for a Truly Global Award

The BAFTA has always been regarded as a prestigious award, but one with a strong Eurocentric bias. Historically, its recognition has prioritized British and European productions, reinforcing a closed circuit of acknowledgment within the local industry. However, in a world where conservative ideas are gaining ground and cultural diversity faces resistance, awarding Ainda Estou Aqui instead of a European production would not just be a symbolic gesture but a statement of BAFTA’s relevance on the global stage.

Unlike the Oscars, which in recent years have sought to expand their representation and recognize diverse cinematographies, BAFTA has been moving in this direction more cautiously. There is a discourse of inclusion, but in practice, it often remains limited to European films that conform to a pre-established artistic vision. Ainda Estou Aqui, on the other hand, represents a cinema that breaks through this bubble: it is a deeply human film with a universal approach to memory, loss, and identity, yet it carries the strength of a Brazilian production, rich in perspective and narrative authenticity.

BAFTA now has the opportunity to prove that its vision of cinema is not confined to Europe’s borders. At a time when conservatism attempts to dictate cultural norms, recognizing Ainda Estou Aqui would be a clear statement that cinema cannot be reduced to a single aesthetic or the geopolitics of awards. It would be a step toward BAFTA becoming not just a reflection of the European industry but a truly global honor.


BAFTA, Ainda Estou Aqui y la Oportunidad de un Premio Verdaderamente Global

El BAFTA siempre ha sido considerado un premio de prestigio, pero con un fuerte sesgo eurocéntrico. Históricamente, su reconocimiento ha priorizado producciones británicas y europeas, reforzando un circuito cerrado dentro de la industria local. Sin embargo, en un mundo donde las ideas conservadoras ganan espacio y la diversidad cultural enfrenta resistencia, premiar Ainda Estou Aqui en lugar de una producción europea no sería solo un gesto simbólico, sino una afirmación de la relevancia del BAFTA en el escenario global.

A diferencia del Oscar, que en los últimos años ha buscado ampliar su representatividad y reconocer cinematografías diversas, el BAFTA avanza en esta dirección de manera más cautelosa. Existe un discurso de inclusión, pero en la práctica a menudo se limita a películas europeas que siguen una visión artística ya establecida. Ainda Estou Aqui, en cambio, representa un cine que rompe con esta burbuja: es una película profundamente humana, con un enfoque universal sobre la memoria, la pérdida y la identidad, pero que mantiene la fuerza de una producción brasileña, rica en perspectiva y autenticidad narrativa.

El BAFTA tiene ahora la oportunidad de demostrar que su visión del cine no está limitada a las fronteras de Europa. En un momento en que el conservadurismo intenta dictar las normas culturales, reconocer Ainda Estou Aqui sería una declaración clara de que el cine no puede reducirse a una única estética o a la geopolítica de los premios. Sería un paso para que el BAFTA deje de ser solo un reflejo de la industria europea y se consolide como un premio verdaderamente global.


BAFTA, Ainda Estou Aqui et l’Opportunité d’un Prix Véritablement Global

Le BAFTA a toujours été considéré comme un prix prestigieux, mais avec un fort biais eurocentrique. Historiquement, il a privilégié les productions britanniques et européennes, renforçant ainsi un circuit fermé de reconnaissance au sein de l’industrie locale. Cependant, dans un monde où les idées conservatrices gagnent du terrain et où la diversité culturelle rencontre des résistances, récompenser Ainda Estou Aqui plutôt qu’une production européenne ne serait pas seulement un geste symbolique, mais une affirmation de la pertinence du BAFTA sur la scène mondiale.

Contrairement aux Oscars, qui ces dernières années ont cherché à élargir leur représentativité et à reconnaître des cinématographies diverses, le BAFTA avance plus prudemment dans cette direction. Il y a un discours d’inclusion, mais dans les faits, il reste souvent limité à des films européens correspondant à une vision artistique préétablie. Ainda Estou Aqui, en revanche, représente un cinéma qui brise cette bulle : un film profondément humain, avec une approche universelle de la mémoire, de la perte et de l’identité, mais qui conserve la force d’une production brésilienne, riche en perspective et en authenticité narrative.

Le BAFTA a aujourd’hui l’opportunité de prouver que sa vision du cinéma ne se limite pas aux frontières de l’Europe. À une époque où le conservatisme tente d’imposer ses normes culturelles, reconnaître Ainda Estou Aqui serait une déclaration forte affirmant que le cinéma ne peut être réduit à une seule esthétique ou à la géopolitique des prix. Ce serait un pas vers un BAFTA qui ne serait plus seulement un reflet de l’industrie européenne, mais un prix véritablement mondial.




BAFTA, Ainda Estou Aqui e l’Opportunità di un Premio Veramente Globale

Il BAFTA è sempre stato considerato un premio prestigioso, ma con un forte orientamento eurocentrico. Storicamente, ha privilegiato le produzioni britanniche ed europee, rafforzando così un circuito chiuso di riconoscimento all’interno dell’industria locale. Tuttavia, in un mondo in cui le idee conservatrici stanno guadagnando terreno e la diversità culturale incontra resistenza, premiare Ainda Estou Aqui invece di una produzione europea non sarebbe solo un gesto simbolico, ma un’affermazione della rilevanza del BAFTA sulla scena globale.

A differenza degli Oscar, che negli ultimi anni hanno cercato di ampliare la loro rappresentatività e di riconoscere cinematografie diverse, il BAFTA sta avanzando in questa direzione in modo più cauto. Esiste un discorso sull’inclusione, ma nella pratica il riconoscimento spesso si limita a film europei che rientrano in una visione artistica già consolidata. Ainda Estou Aqui, invece, rappresenta un cinema che rompe questa bolla: è un film profondamente umano, con un approccio universale alla memoria, alla perdita e all’identità, ma che porta con sé la forza di una produzione brasiliana, ricca di prospettiva e autenticità narrativa.

Il BAFTA ha ora l’opportunità di dimostrare che la sua visione del cinema non è confinata ai confini dell’Europa. In un momento in cui il conservatorismo cerca di dettare le regole di ciò che è accettabile nella cultura, riconoscere Ainda Estou Aqui sarebbe una dichiarazione chiara che il cinema non può essere ridotto a un’unica estetica o alla geopolitica dei premi. Sarebbe un passo affinché il BAFTA non sia più solo un riflesso dell’industria europea, ma un premio veramente globale.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Blond Ambition World Tour: 30 Anos

Conceito teatral inspirou o universo pop da atualidade


Na noite de 13 de abril de 1990, Madonna subia ao palco para sua terceira turnê, sendo o Japão escolhido para première dessa atração teatral proposto pela Rainha do Pop. Com direção artística de seu irmão, Christopher Ciccone, a apresentação contém um misto de ideologia Broadway, moda, polêmica, coreografia, sexualidade e religião. Foram 57 apresentações entre Japão, Canadá, EUA e Europa. A crítica definiu como ‘o espetáculo que transformou e revolucionou a maneira de o mundo visualizar as turnês mundiais’. A revista americana Rolling Stone descreveu a tour como "elaboradamente coreografada, extravagantemente sexual e provocativo", e a proclamou a "melhor turnê do ano". A imagem ícone e emblemática desse faraônico espetáculo foi à cantora entoar os versos da (já) clássica “Like A Virgin” com lendário espartilho dourado com sutiã em formato de cone (teremos um post especial sobre a importância desse acessório no universo feminino), além do belo aplique ‘rabo de cavalo’ (durante os concertos pela Europa, ‘M’ preferiu usar abdicar do aplicar, pois seu cabelo estava ficando bem danificado), surgindo no meio do palco uma cama no qual Madge canta sensualmente seu hit numa releitura oriental que leva a simulação de uma masturbação, chegando ao êxtase de seu orgasmo. Tal cena repercutiu demasiadamente pelo mundo, chocando a Igreja, tendo voz de prisão em Toronto. Enquanto na Itália, o saudoso Papa João Paulo II liderou um boicote para não assistirem o show e um deles na cidade acabou cancelado.
Antes mesmo da overdose dos realities shows no mundo de entretenimento, quase de forma secreta, Madonna filmou todo o processo de excursão de sua tour pelo mundo, criando o lendário documentário “Truth or Dare: Na Cama com Madonna”, dirigido pelo Alek Keshishian. O material tem como missão revelar os bastidores desse megaespectáculo e expor a forte personalidade de sua estrela. A rotina árdua do processo de ensaios, entrevistas nos locais dos shows, pequenas festas com artistas convidados e seu elenco colaborador; tudo isso sendo apresentado em preto e branco, além de ter performances do show filmado em película. Em 2012, o documentário chegou a ser relançado em Bluray.
A partir dessa turnê, o conceito de dividir os shows em blocos, começa ser impregnado em todos os espetáculos desenvolvidos pela Madge, e, posteriormente, o universo pop utiliza desse ponto de vista para elaborar e segmentar as apresentações de vários artistas.

Estilista
Bloco I: Metropoles / Futurístico
"Express Yourself" (trechos de "Everybody")
"Open Your Heart"
"Causing a Commotion"
"Where's the Party"

Bloco II: Egito / Egípcio
"Like a Virgin"

Bloco III: Religioso / Igreja
"Like a Prayer" (trechos de "Act of Contrition")
"Live to Tell"/"Oh Father"
"Papa Don't Preach"

Bloco IV: Cabaré
"Sooner or Later"
"Hanky Panky"
"Now I'm Following You"

Bloco V: 1940/50
"Material Girl"
"Cherish"
"Into the Groove" (contém elementos de "Ain't Nobody Better")
"Vogue”

Encore
"Holiday" (contém elementos de "Do the Bus Stop")
"Keep It Together" (contém excertos de "Family Affair")

Conceito teatral
Para apresentar a didática Broadway, Madonna utilizou de dividir a apresentação em cinco blocos distintos, possuindo o sexto bloco no (algo raro) melhor estilo ‘bis’. O primeiro ato (Metropoles/Futurístico), expõe os bailarinos em uma performance de ‘Express Yorself’ bem semelhante ao revolucionário clipe. Na sequência do segundo ato, temos o estilo Egípcio para cantar a única musica presente nesse ato (“Like A Virgin”), num misto oriental sensual árabe, dando uma dramaticidade maior à música, além de trazer a figura pertinente do sutiã-cone criado pela Jean Paul Gaultier. Já no terceiro ato Religioso temos uma Madonna quase freira segurando firme um lindo terço de prata dançar e cantar “Like A Prayer”. O quarto e o quinto blocos Cabaré+Anos 40/50 retrata toda a leitura de seu novo filme a época (Dick Tracy). Aqui podemos notar uma excelente performance vocal de Madge. E para finalizar, o bloco Festa com a faixa excêntrica “Keep It Together”, deixa evidente o simbolismo do trabalho em família.

Curiosidades
- Durante apresentações em Toronto, Madge cantou ‘Dear Jessie’ em estilo acústico seguido de ‘Cherish’. Enquanto na Suécia, entoou versos de ‘Spanish Eyes’ seguido de ‘Cherish’ em versão acústica;
- Faturamento de US$65,7 milhões, sendo a turnê mais bem sucedida de 1990;
- The Blond Ambition Tour excursou por 27 cidades em seus 4 meses de apresentações;
- Os equipamentos utilizados na montagem de palco (luzes, cenários e etc.) foram transportados por 18 caminhões;
- Madonna teve que cancelar 4 shows nos EUA ( Chicago, Wochester, Philadelphia e Nova York) por conta de problemas em suas cordas vocais;
- Os US$300.000,00 arrecadados da apresentação de Nova York foi doada para amfAR (Fundação de Combate e Pesquisa a AIDS);
- O último show da tour, ocorrido na cidade de Nice (França), teve a transmissão ao vivo mundial pela HBO, sendo o espetáculo mais visto no mundo;
- Para a promoção do show, foram lançados 3 clipes: “Like A Virgin”“Holiday” e “Hanky Panky”.



sábado, 28 de março de 2020

Mariah Carey, celebra cinco décadas de vida

Pássaro Supremo, como definiu Guinness World Records,
 devido seu alcance vocal de cinco oitavas


       Nesta sexta-feira (27), a cantora americana comemorou mais uma primavera, sendo 30 anos dedicados a cultura pop. Dominadora da #Hot100 #Billboard nos anos 90, vamos revisitar a discografia e listar os cinco singles preciosos de #MiMi. Confira:


 É impossível iniciar esta catarse sem mencionar o primeiro de tudo. O single rendeu a estreante cantora seu #1 na #Hot100 da #Billboard. Embalada com o tema amor, a faixa concentra tons popgospelsoul e R&B. Incorpora pesados vocais de apoio durante a bridge da música e apresenta o uso do registro de assobios e do melisma de Carey.  


"Hero": [Clipe] Originalmente destinada a Gloria Estefan, tornou-se a oitava faixa a assumir o topo da #Hot100 #Billboard. Com cunho em sua letra motivacional, despertar o poder individual está presente dentro de cada um, no qual reforça a ideia de olhar para dentro de si e encorajar-se e acreditar em si. 




"All I Want for Christmas Is You": [Clipe] Dificilmente seu Natal ficou sem a Rainha das Festas... A canção é referência para época mais aclamada do ano e conquistou o feito de ser o single mais antigo a chegar no topo #Hot100 da Billboard. A crítica a definiu: "uma das poucas adições modernas dignas do cânone do feriado" no The New Yorker. Os elementos líricos compõe por musica popR&Bgospeldance-pop e influências e estilos musicais adulto contemporâneo ("AC": música tocada nas rádios nos anos 60 com soft rock anos 70). 



"One Sweet Day": [Clipe] Parceria com a Boyz II Men, a música figurou com a permanência mais longínqua na #Hot100 Billboard, sendo 17 semanas consecutivas no topo. #Carey dizer sobre a composição que "[a] ideia de quando você perde as pessoas que estão perto de você, sua vida muda e isso muda a nossa perspectiva."

"We Belong Together": [Clipe] Aqui temos a Emancipação de Mimi. Em plena segunda metade da primeira década dos anos 2000 e com total dedicação para apagar os incêndios ocorridos com o mau-entendido #Glitter, a cantora chega com a força total no R&B, soul retrô e elementos de Hip-Hop... So I turn the dial tryin' to catch a break // And then I hear Babyface // "I only think of you" and it's breakin' my heart...






*****Faixa Bônus*****


"When You Believe": [Clipe] Quando ouço está canção, cá fico a perguntar, como deve ter sido o encontro destas duas vozes magname de Mariah Carey e Whitney Houston. Apesar do rumores que ambas não tenha sintonia ou proximidade. O dueto provou do contrário. A faixa é single-trilha da animação "Príncipe do Egito", sendo uma grande balada, com letras significativas e inspiradoras, descrevendo a capacidade que cada individuo tem de realizar milagres quando acredita em Deus.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Like a Prayer: “o mais perto da arte que chegou o pop”


Celebrando 30 anos, álbum marca o início 
de uma era para a Rainha do Pop



Parafraseando JD Considine, crítico da revista Rolling Stone US, voltamos nosso olhar para o final dos anos 80, e percebemos a languidez e sagacidade da própria #Madonna com toda sua teatralidade que a fez a #RainhaDoPop. Neste instante, coloco o Long Play (sim, tenho o formato bolachão para deixar isso ainda mais nostálgico), ouço o  quarto disco de estúdio de #Madge com sua essência musical todas as notas de tons provocativos que vai do “dance-pop” com o lirismo e estilo peculiar-sexy appeal da jovem dominatrix que existia em suas entranhas. Considerado pela crítica especializada como o projeto mais introspectivo da artista na época, por sintetizar o começo de uma nova fase artística proposta por #M, apesar de hoje ser creditado como um álbum convencional por atender todas as facetas exploradas pela #Madonna. Lançando em 21 de março de 1989 pelo selo Sire Records, três anos após do antecessor “True Blue” (1986) que trazia o frescor e romantismo, em entrevista para divulgar “Like a Prayer”, #Madonna define: “uma coleção de canções sobre minha mãe, meu pai e laços com minha família”. Nesse trabalho fica explicito a dedicatória a sua figura materna, pois quando menina a vida tirou para ficar ao lado de “Deus” tão citado em sua arte no decorrer de seus 30 anos de carreira. #Madonna era a maior imagem feminina do planeta, ainda mais pela fama construída até aquele momento, ficava evidente a faceta de dor e insegurança que poucos tiveram a chance de ver e sentir, sendo à sombra de seu divórcio aos 30 anos uma das regras desse sucesso em hits. Durante todo o processo de gravação, o álbum foi “amparado” pelo fim de seu casamento com o astro bad boy oitentista, Sean Penn, tendo como base elementos ecléticos e sensações de pop-açúcar-em-pó, soul e funk, fugindo totalmente da temática anterior que utilizava da mistura do clássico rock psicodélico com sons
synth-pop então vigente naquele período. O mais interessante desse disco é sua alma manter liricamente inalterada, mesmo que para alguns o álbum (ab)usava de ingredientes fundamentais para construção do mito #Madonna. Mas, a estrutura de composição recorta traços do instinto de crescer, passando por um mal romance, e a urgência do encontro com a família e o forte elo com Deus, chamando a atenção a  presença religiosa imposta à sua educação, como pode ser visto já na faixa-título. Como já citamos, em linhas gerais, as letras figuram temas de tempos longínquos como a infância e adolescência, a morte de sua mãe em “Promise to Try”, a importância da família em “Keep It Together” e a relação intensa com o pai retratada na faixa “Oh Father”. Além é claro do mega hit “Express Yourself” que prega emponderamento feminino. #LAP rendeu seis singles: A faixa-título do álbum, “Express Yourself”, “Cherish”, “Oh Father”, “Dear Jessie” e “Keep It Together”.