domingo, 22 de julho de 2012

Uma novela com ar de cinema

É inevitável comentar a bem sucedida fase global com os horários de seus folhetins no ar neste ano de 2012.
As três obras já no tradicional fuso de hora representante de entretenimento em massa brasileira, e consequentemente o novo horário das 23hs com a estonteante Gabriela, crava um momento especial a TV Globo que visa atender um público classe C desde de tramas que envolve espiritualidade e a realidade de comunidade empreguete.
Mas, meu comentário é para telenovela com cuidados e tratamentos de blockbuster hollywoodiano e qualidade de um episódio de seriado americano, estou falando sobre Avenida Brasil. 
Essa semana tivemos comoção e envolvimento de um grande parte da parcela de um público para um produto apresentado na telinha. Este trabalho demonstrou desde sua primeira semana de exibição, não ser um simples folhetim clássico, e sim, uma obra para marcar um período na TV brasileira. 
Evidente toda a maneira de conduzir a estrutura da trama bem amarrada e apresentar personagens ambíguos e bem construídos de personalidade que paira a normalidade em venha nos esbarrar no nosso dia-a-dia.
JEC (João Emanuel Carneiro - como é mais conhecido por muitos no segmento) tem permitido transparecer em seu trabalho algo quase épico e artesanal, mantendo certos links com grandes sucessos clássicos do nosso passado recente de fazer televisão. Pontuando, Carminha, Nina, Nilo e etc para a galeria de personagens consagrados nesses 62 anos de teledramaturgia no Brasil.
Mesmo possuindo algumas histórias ou situações que chegam a serem blasé, pecadoras de apresentações medianas nesses mais de 100 capítulos. A Globo pode ser considerar mais uma vez vitoriosa nesse campo que praticamente anda sozinha a tempos. Pelo dever de papel cumprido de sua obra manter uma linearidade de audiência (ainda sim, menor do que sua antecessora) mas nunca se viu algo similar de um produto totalmente nacional da TV aberta, mobilizar e monopolizar as redes sociais como agora. 
A trama mal entra no ar, e já é possível nos identificar com as hatgs #oioioi ou #AvenidaBrasil e entre outras no twitter ou nos perfis do facebook a imagem congelada de pessoas comuns como no final de cada capítulo apresentado no encerramento do dia com algum personagem...
Podem questionar essa minha visão, pelo fato que no verão, temos uma programação que digamos quase mexe com muitos telespectadores, cito um BBB da vida como exemplo.
Mas, uma novela prender nosso "bumbum" diante a televisão, apenas nos permitindo ter vida social noturna por muitas vezes após a conclusão de um capítulo, isso sim, faz muito tempo que não ocorre...
Avenida Brasil, preenche uma lacuna a tempo aberta, criando um público fiel e cativo com sua trama, onde se identifica com muitas situações apresentadas nela. Se gloriando das influencias que ela traz contigo, utilizando a literatura, música, cinema e até a normalidade da mídia americana para manter seu telespectador ligado com a obra e que remete a clássicos de nossa história muito claras pela Janete Clair, Dias Gomes, Gilberto Braga, Silvio de Abreu, Glória Peres e mais de uma dúzia que faz da mágica da caixa ou tela que nos brilha os olhos, um agrado único e verdadeiro.
Apenas, diante a tudo isso, sinto falta de uma ousadia maior no texto, creio que o enterro da mocinha/vilã, poderia ter ocorrido. Mas, mesmo ciente do sucesso da novela, o autor manteve o medo de arriscar em âmbito mais duros. Fico na esperança de conflitos mais generosos nesse barco de sonhos.
Parabenizando a toda essa família que prova que sim, é possível criar e desenvolver um trabalho de qualidade em uma emissora aberta e atrair audiencia e publicidade para todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário