domingo, 21 de outubro de 2012

"Erotica - 20 Anos"


“Meu nome é Dita, serei sua amante esta noite e gostaria de lhe colocar em transe”


O ano era 1992, mas precisamente outubro dia 20, o mundo contemplava o que seria a maior ousadia de uma artista pop feminina inserida no mercado fonográfico e na cultura de massa, a globalização de conteúdo, a presença, de fato, da linguagem videoclipe como forma de divulgar o trabalho e aliado a um bom produto. O artista.
Estávamos passando por um período pós transitório, quedas de muros, políticas comuns chegando ao fim, guerra contraditórias e uma doença de pouco conhecimento (AIDS), rodando o mundo e transformando a imagem 'GAY', como uma praga que acabaria  por dinamizar o que seria uma sociedade ideal e perfeita.
Madonna, ciente do que acontecia em sua volta, lançou o álbum Erotica, não para chocar as pessoas com o grande teor de sexualidade, fetichismo e erotismo encontrado neste novo trabalho, e sim, lembrar que é possível ter amor, fé e luz, mesmo passando por provações na vida. E, para desmistificar essa obra apontada por muitos críticos, um dos melhores álbuns de estúdio lançado na década de 90.
Agora, vamos dissecar os singles:



- Erotica (1ºsingle): a canção já conta com a abertura da 'persona' Dita, personagem criada por Madge para esse álbum e livro (algo que comentamos mais tarde), a citação é: "Meu nome é Dita, serei sua amante esta noite e gostaria de lhe colocar em transe." Com essa frase, podemos ter o dinamismo do que nos espera nos próximos versos e canções (rs). A maneira de conduzir o seu trabalho, Madonna já deixa em evidência as ideias de incorporar os seus desejos mais íntimos, expondo ao mundo algo que nunca até ali se viu em uma interprete feminina. A utilização de ruídos, gemidos e falas ofegantes para compor toda a temática do disco, permite a rainha do pop explorar temas que hoje continua muito atual: AIDS, assunto das rodas no final dos anos 80 e prenuncio do anos 90, alertando o grande pré-conceito e a falta de informação ocasionando num grande desafio a ser conquistado por ela, pela a busca de satisfazer um público e alertar pelos males envolventes por situações poucos citados com precisão até aquele momento.



- Deeper and Deeper (2ºsingle): transfere nossas atenções na sensação de estar presente em uma festa 'discoteque'. Conforme a música segue e as referências que o clipe traz com a linguagem dance disc, beirando no abismo da descoberta da sexualidade feminina (tanto homossexual ou hétero) e o encontro com a noite, tabus familiares e o desafio da religião no controle da sociedade. Nada que a Madonna não tenha explorado, mas identifica sinais de flete com assuntos demoníacos ligados a magia negra e sessão espirita. Mas, somente Madge para responder tais dúvidas.

- Fever (3ºsingle): uma excelente regravação que Madonna poderia contar para este disco, lembrando que já tivemos essa música na voz incrível rei do rock Elvis Presley. A canção condensa essa fase 'hot' vivenciado por Madonna naquele ano. Apesar de comentários ruins, era lançado também (simultaneamente com o álbum) o livro "Sex" (uma das suas maiores polêmicas) e o filme sexual "Corpo Evidência" e os preparativos da tour "The Girlie Show" (passando pelo Brasil).

- Bad Girl (4ºsingle):
a sonoridade expressado nessa música, traz os outros elementos que conceita o álbum. Suas experiências sem sucesso no campo amoroso e sexual. Afirmando sua personalidade de menina má, beija outra pessoa e esta bêbada as seis...

- Rain (5ºsngle): a música é algo mais especial desse disco. Canção feita sob medida para homenagear sua mamãe e a cantora "Kate Carpenter" (de quem ela era grande admiradora). A letra escrita por Madonna é algo como uma declaração de amor. Intimista, Madge passeia pelo romantismo que exibe durante essa faixa, permitindo vim a tona sua áurea de cantora interprete de precisão. Ressalto o trabalho realizado na composição do videoclipe para essa música. Seu desenvolvimento em qualidade P&B, tendo a coloração aplicado após durante sua finalização, salteando as cores preta e azul. Suas referências nipongas começa a ter contraste de novos caminhos musicais.


- Bye Bye Baby (6ºsingle): engraçadinha, sua letra preza em falar sobre relacionamentos. Destacando as mágoas e dores que o eu lirico cantante enfrentou com seu algoz.


"Erotica" preza pelas referências de elementos da house music, dance e eletrônico (influência do produtor Shep Pettibone) e apontar linhas de jazz e hip hop (introduzida pelo produtor André Bettis). Algo somente notado em "Ray Of Light", sendo citado como o grande disco que inseriu a Madonna no ambiente da música eletrônica, isso já presente nas faixas de "Erotica".
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Como você pode perceber, o álbum não falava apenas de sexo (sua temática maior), mas passeia por letras que retratavam desencontros, brigas, aceitação, mentiras e, acredite, amor. Apesar de toda controvérsia que girava em torno do álbum proposital, "Erotica" teve uma grande aceitação perante a crítica especializada, fazendo link com outro produto que Madge disponibilizava no mercado, o livro "Sex", material que expressava sessões sadomasoquista, sexo explicito e conteúdo homoerótico. 

Outro ponto bacana para ressaltar, é a faixa final "Secret Garden" pela importância de ser a melhor canção escrita pela Madonna e a forte presença de jazz, blues, saxofones e piano transformando na melhor faixa para encerrar o álbum.
E um outra curiosidade, "This Used To Be My Playground" é uma música escrita durante o processo de desenvolvimento do disco "Erotica", mas rejeitada pela Madge pela insistência da Warner em colocar no track disc list final; alegando a diva de não fazer parte do conceito proposto pelo álbum em questão.


Algum tempo depois, a gravadora aproveita a mesma faixa para ser lançada com parte de uma coletânea chamada "Something to Remember", e além de fazer parte da trilha sonora do filme Uma Equipe Muito Especial.




Agora, delicia-se com o clipe que mudou a maneira de ver e agir com o sexo...Enjoy!














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