quinta-feira, 28 de abril de 2016

10 anos do álbum Sandy & Junior


Homônimo disco anunciava o fim da dupla

Em 28 de abril de 2006, chegava às lojas de todo o Brasil, o décimo-quinto projeto musical da dupla Sandy & Junior. Porém, aos fans cadastrados no site oficial da dupla à época, no dia cinco de abril de 2006, recebiam em seus e-mails uma imagem de fundo em tons marrons com duas imagens pequenas ao centro, algo que lembravam indicadores de banheiro (feminino e masculino) na cor bege, sem dar mais detalhes do que esperavam seus sépticos seguidores. Uma mensagem, usando uma tipografia que lembrava os tempos de datilografia: “Você vai querer ouvir de novo”.
A proposta, buscava entregar ao público o amadurecimento musical dos irmãos campineiros, após uma longa estrada que passeava pelas raízes sertanejas na infância, trilhando caminhos na concepção pop-nacional até chegar ao melhor da música internacional naqueles idos anos 2000.
Fato é, à primeira vista, o repertório propunha essa renovação – “cheia de ousadia” – permeava no lirismo poético de Sandy, no qual assinava a maioria das canções e fincava sua postura como uma grande interprete. Junior, deixava seus dons vocais mais amostra, assume a co-direção desse disco e participa ativamente como instrumentista.
Apesar de toda a poupa e excelência da equipe de marketing, o álbum não atingiu aquele distante tempo áureos que conquistavam plateias em terras tupiniquins com milhões de cópias como em “As Quatro Estações” (1999), “Quatro Estações – O Show – Ao Vivo” (2000), e “Sandy & Junior” (2001); a dupla já vinha percebendo os problemas de vendagens devido a pirataria fonografia assolando o Brasil, em um tempo que a internet iniciava sua passadas largas e, serviços de streaming não tinha tanta popularidade. Mas, desde “Identidade” (2003), era visível a necessidade de provar evolução musical com composições próprias e assumindo a sonoridade.
A produção é um parâmetro para avaliar a qualidade musical desse projeto. Os irmãos cercaram-se de nomes influentes como o argentino Sebastian Krys, inserindo-os num ambiente pop-rock internacional com arranjos azeitados. Os instrumentos presentes valorizam a harmonização dos vocais com requinte, sobretudo em faixa como “Você Não Banca o meu Sim”. Em outras palavras, a parte instrumental desse disco está à altura dos melhores trabalhos do gênero naquele período.
Mas, tudo isso, só pode ocorrer devido a lacuna sabática entre “Identidade” e o homônimo disco de 2006. Ambos os artistas permitiram criar outras viagens e “arriscar-se” em projetos solos que alimentavam rumores de que a parceria chegava ao fim; além de esqueceram de nomear esse novo disco, algo que soou como um desleixo, já que apenas duas silhuetas estampavam a capa conceito.

Singles
- “Replay”, primeira faixa a ser trabalhada, entrava no ambiente comum da dupla, investir em uma versão em português composta por Sandy e com Jr na primeira voz. Sim, arriscado e dando todo o tom de ousadia que esse trabalho desejava.
- “Estranho Jeito de Amar”, composta por Junior Lima, Tatiana Parra e Otávio de Moraes teve a responsabilidade de ser a segunda canção e última trabalhada do disco. Todavia, o burburinho se deu por conta de o videoclipe possuir 13 minutos, sendo apresentado em sessão especial no Festival de Cinema de Gramado.

Faixas
Com 12 músicas, Sandy e Junior deixou músicas interessantes, mesmo que, paira nas singularidades dos seus fans e enriquecendo a listinhas b-sides dos irmãos. Canções como “Ida Nem Volta”, “Você Não Banca o Meu Sim”, “Nós Dois no Abismo” e “Destinos” que merecem atenção com o distanciamento desse lançamento. Entretanto, “Nas Mãos da Sorte”, passeia na ousadia de trazer Milton Nascimento recitando Gabriel, O Pensador e Taboo, do Black Eyed Peas, numa letra que bebe no discurso engajado. A polêmica fica com “Discutível Perfeição”, onde Sandy solta em versos os estereótipos criados em cima de sua própria imagem (algo que ainda persegue a cantora no auge dos seus mais de 30 anos de idade). A misteriosa faixa instrumental, “Último”, soa como uma profecia por selar o fechamento do disco e seria a última canção gravada em estúdio pela dupla.

Vendagem & Premiação
Atingindo números acima das 150 mil cópias de acordo com a Associação Brasileira de Discos (ABPD). Além de garantir uma indicação ao Grammy Latino 2006 como “Melhor Álbum Pop Contemporâneo”.

A Crítica
Teve uma recepção singular, mas o que marcou foi a definição a época pelos críticos: “produção rica para uma música pobre”.



Como fan, afirmo que tal álbum possui uma áurea simbólica, pois anunciava, mesmo que de maneira (quase) não existente, o fim de uma era de 17 anos.










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