quarta-feira, 1 de junho de 2016

Marilyn Monroe: A maior estrela do século XX

Ícone da beleza, mal compreendida em sua essência 
enigmático, como todo o resto da sua vida

"Como um ícone da cultura popular americana, [são] poucos os rivais de Marilyn Monroe em popularidade, incluindo Elvis Presley e Mickey Mouse [...] nenhuma outra estrela já inspirou uma vasta gama de emoções — da luxúria à piedade, da inveja ao remorso"... Quis usar o trecho do livro “The Guide to United States Popular Culture” para dar o pontapé inicial sobre essae colossal mito.
Descrever sobre uma pessoa emblemática que tem a sua imagem pública em conflito com âmago duradouro de seu sucesso é uma tarefa que solicita uma imersão física, mental e emocional grandiosa. Apesar disso, mesmo após quase 54 anos de sua morte, o título de sex symbol é tão vivo que, a união da imagem e forma é capciosa. Hoje, num mundo tangível pelas redes sociais, podíamos afirmar que o mainstream de beleza e o célebre encantamento entre uma das maiores (ou quiçá, a maior) estrela hollywoodiana do século XX, tem o lado infeliz, sem cor, triste e gélido. Sua vida pessoal conturbada, infância instável, a busca pelo respeito profissional e todas as teorias conspiratórias sobre sua morte que a rodeiam até hoje.
Estudiosos em gêneros e feminismo, apontam como base pela capacidade de relevância, mesmo sem levantar bandeiras, nas discussões entre sociedade moderna, ainda que, sua imagem seja o fluxo de ideias entre moralidade e sexualidade que caracterizavam os anos 50 na Terra do Tio Sam. Entretanto, a artista é indicada sem posicionamento em um momento ou lugar, uma superfície que passeia nos relatos da cultura pop americana, nos quais, a sua (re)construção funciona como um tipo de elo cultural que pode ser reproduzido, transformado e traduzido em novos tons de conceitos para neo-gerações.
A jornalista Lois Banner expõe Marilyn como uma “metamorfose eterna”, que é “recriado por cada geração e cada indivíduo baseado em suas próprias especificações”.
Embora a definição de empoderamento feminino seja usual em nossa rotina hoje, Monroe possuía o entendimento, ainda que, não de maneira clara em sua vivência.
A personificação de sua figura, remete, o entendimento objetivo a vida cultural americana, ao lado de cachorro-quente, torta de maçã e beisebal; itens que são familiarmente ligados ao que discorre o livro citado no início do texto. Desse modo, a imagem mortalizada da atriz de pele branca e cabelos louros como símbolo de mulher moderna, caracteriza como um resumo da complexa interface da economia, política e erotismo da América para a Europa, em tempos pós-Guerra Mundial; desolada, empobrecida, sem sol.
Nessa luta diária em deixar de ser Norma Jeane Mortenson, Marilyn não deixou explícitos as ideias socialistas em defender direitos civis e a postura política radical a esquerda, uma das suas facetas que poucos tiveram conhecimento, a estrela vista como burra, era muito inteligente e politizada.
Prova disso, está no argumento dado pela Banner em seu livro "Marilyn: The Passion and the Paradox" ("Marilyn: A Paixão e o Paradoxo", em tradução livre), recente biografia lançada da atriz.
Em outro ponto, a jornalista disse sobre a existência do movimento feminista, naquela época para auxiliar no direcionamento profissional, fazendo-a Marilyn Monroe uma líder, e não uma imagem.
O contraponto desse universo que permeia a estrela está na procura incansável de ser uma atriz de reconhecimento também dramático, não que suas sagazes comédias fossem enterradas, mas o prestígio dos intelectuais importava muito a ela. Mas, no fim, Monroe mostrou-se ser uma mulher que idealizava um porto seguro no amor. Tanto, que, chegou a telefonar para a primeira-dama, Jackie Kennedy, para dizer que se casaria com seu marido. "Ótimo (...) Eu me mudo, e você fica com todos os problemas", teria dito Jackie.
Talvez, enraizada na ideologia de um período de intensa repressão, as mulheres superfemininas não deveriam ser inteligentes. Por isso, sutilmente o conteúdo sexista posicionado pela silhueta da atriz, ganhou mais espaço do que seu intelecto.
















(Fotos Bert Stern - 
The Last Sitting) 




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