Cerimônia
de encerramento ainda vive em nossas mentes
Às vésperas do evento esportivo mais
importante do mundo, os brasileiros viveram momentos de tensão em relação de
como seria conduzido a festa e os jogos na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro. Entretanto, dezessete
dias após a abertura da Rio 2016,
apenas provamos que sabemos realizar uma grande festa, emocionar, sorrir com o
olhar e deixar evidente a multifacetado cultural presente em nosso país. Além
disso, conseguimos fazer compreender um pouco da única palavra do vocábulo
português que não consegue transmitir com singela a tradução para outra língua:
saudade.
No post sobre minhas impressões da
abertura, dividir minha tristeza com a ausência da personagem tropical “Carmen Miranda”, porém, tive o
entendimento dos criadores dessa grande festa em terras tupiniquins em deixar
de explorar ‘tintas’ tão usuais da nossa cultura. Ainda mais naquela data, que
com pesar, há 61 anos marcava o regresso dessa mulher que invadiu a #TerraDoTioSam na maneira mais trágica
possível: dentro de um caixão.
Todavia, ver a cantora Roberta Sá assumir os badalacans,
encarnando a pequena notável e expressiva diva dos trópicos, em um duo com a
voz da original, encheu meus olhos de encantamento. Assim, sendo uma homenagem
justa do nosso maior símbolo de globalização, bem antes de ‘la Bündchen’, escutar dentro do Maracanã “Tico-Tico no Fubá” foi um dos momentos mais belos daquela noite que
estava recheado de surpresas.
Como vimos na cerimônia de abertura, a
nossa musicalidade ganhou muito espaço e a regionalização teve espaço
importante com a presença de Martinho da
Vila ao lado de suas filhas e netas, homenageando Pixinguinha e Noel Rosa.
Outro ponto que destaco é o coral infantil
entoando nosso Hino Nacional tão despretensioso
e autêntico (como foi na abertura com Paulinho
da Viola) e alusão das 27 crianças como estrelas representativas do nosso
céu estrelado, figurado na nossa bandeira.
E como não poderia ficar de fora, um pouco
de música pop para evidenciar que é uma festa de todos, a união dos povos;
assumindo as pick-ups o Dj Kygo e a
cantora Julia Michaels cantando “Carry Me” e lançaram, oficialmente, o
canal das Olimpíadas (a plataforma
digital tem como missão compartilhar conteúdos para relembrar os momentos
antigos dos jogos e preparar os fans para as próximas edições) para manter viva
a chama olímpica em nossos corações.
A musicalidade brasileira serviu como
trilha sonora para entrada das delegações remanescentes no Estádio do
Maracanã, aos sons de frevo e ferro. Contudo, o segmento japonês era muito
aguardado por todos, e quando surgiu nos telões a tubulações ligando a próxima
cidade-sede dos Jogos, em 2020, Tóquio
a cidade maravilhosa com seu ‘Super
Mario’, levou à loucura a plateia do estádio com todos efeitos de luzes que
a galera ninponga sabe fazer muito bem. Um vídeo promocional ficou responsável
para mostrar as belezas naturais e hi-tech com as construções da capital
japonesa, além dos itens culturais conhecido em todo o globo, como a Hello Kitty e o Pac-Man.
E o ponto alto da viagem entre os tubinhos
verdes até a cidade do Rio de Janeiro ficou com o primeiro-ministro japonês, Shinzō Abe, encarnando ‘Mario’ no centro do estádio.
Como a festa só acabada depois de apagar a
chama dos parabéns, não poderia ser diferente com a chama olímpica. Ao som de “Pelo Tempo Que Durar”, entoado pela
atriz/cantora Mariene de Castro,
numa interpretação honrosa da canção de Marisa
Monte e Adriana Calcanhoto,
extinguindo a chama oficialmente. A emocionante a apresentação fez chover no
Maracanã e toda abundancia das águas tropicais representada (in natura) e
artificialmente.
E como tudo no Brasil termina em samba, o
encerramento contou com o clima carnavalesco e todo frenesi da Sapucaí. A top
model Izabel Goulart, madrinha do
Comitê Olímpico do Brasil, e a atriz Leandra
Leal, musa do bloco carioca Cordão
do Bola Preta deram os tons para a festa ficar ainda mais colorida com as
marchinhas clássicas do nosso Carnaval e o mini-desfile das escolas de samba do
Rio, diversos sambas-enredo e tudo que uma festa popular tem direito.
No final, estamos com saudade de toda a
torcida brasileira que levou seu jeitinho peculiar para arenas e merecedor de
uma medalha de ouro pelo seu desempenho nesta edição, a primeira na América do
Sul e a terceira do Hemisfério Sul dessa Terra amada.
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