segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Encerramento ainda vive em nossas mentes

Cerimônia de encerramento ainda vive em nossas mentes




Às vésperas do evento esportivo mais importante do mundo, os brasileiros viveram momentos de tensão em relação de como seria conduzido a festa e os jogos na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro. Entretanto, dezessete dias após a abertura da Rio 2016, apenas provamos que sabemos realizar uma grande festa, emocionar, sorrir com o olhar e deixar evidente a multifacetado cultural presente em nosso país. Além disso, conseguimos fazer compreender um pouco da única palavra do vocábulo português que não consegue transmitir com singela a tradução para outra língua: saudade.
No post sobre minhas impressões da abertura, dividir minha tristeza com a ausência da personagem tropical “Carmen Miranda”, porém, tive o entendimento dos criadores dessa grande festa em terras tupiniquins em deixar de explorar ‘tintas’ tão usuais da nossa cultura. Ainda mais naquela data, que com pesar, há 61 anos marcava o regresso dessa mulher que invadiu a #TerraDoTioSam na maneira mais trágica possível: dentro de um caixão.
Todavia, ver a cantora Roberta Sá assumir os badalacans, encarnando a pequena notável e expressiva diva dos trópicos, em um duo com a voz da original, encheu meus olhos de encantamento. Assim, sendo uma homenagem justa do nosso maior símbolo de globalização, bem antes de ‘la Bündchen’, escutar dentro do MaracanãTico-Tico no Fubá” foi um dos momentos mais belos daquela noite que estava recheado de surpresas.
Como vimos na cerimônia de abertura, a nossa musicalidade ganhou muito espaço e a regionalização teve espaço importante com a presença de Martinho da Vila ao lado de suas filhas e netas, homenageando Pixinguinha e Noel Rosa.
Outro ponto que destaco é o coral infantil entoando nosso Hino Nacional tão despretensioso e autêntico (como foi na abertura com Paulinho da Viola) e alusão das 27 crianças como estrelas representativas do nosso céu estrelado, figurado na nossa bandeira.
E como não poderia ficar de fora, um pouco de música pop para evidenciar que é uma festa de todos, a união dos povos; assumindo as pick-ups o Dj Kygo e a cantora Julia Michaels cantando “Carry Me” e lançaram, oficialmente, o canal das Olimpíadas (a plataforma digital tem como missão compartilhar conteúdos para relembrar os momentos antigos dos jogos e preparar os fans para as próximas edições) para manter viva a chama olímpica em nossos corações.
A musicalidade brasileira serviu como trilha sonora para entrada das delegações remanescentes no Estádio do Maracanã, aos sons de frevo e ferro. Contudo, o segmento japonês era muito aguardado por todos, e quando surgiu nos telões a tubulações ligando a próxima cidade-sede dos Jogos, em 2020, Tóquio a cidade maravilhosa com seu ‘Super Mario’, levou à loucura a plateia do estádio com todos efeitos de luzes que a galera ninponga sabe fazer muito bem. Um vídeo promocional ficou responsável para mostrar as belezas naturais e hi-tech com as construções da capital japonesa, além dos itens culturais conhecido em todo o globo, como a Hello Kitty e o Pac-Man.
E o ponto alto da viagem entre os tubinhos verdes até a cidade do Rio de Janeiro ficou com o primeiro-ministro japonês, Shinzō Abe, encarnando ‘Mario’ no centro do estádio.
Como a festa só acabada depois de apagar a chama dos parabéns, não poderia ser diferente com a chama olímpica. Ao som de “Pelo Tempo Que Durar”, entoado pela atriz/cantora Mariene de Castro, numa interpretação honrosa da canção de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, extinguindo a chama oficialmente. A emocionante a apresentação fez chover no Maracanã e toda abundancia das águas tropicais representada (in natura) e artificialmente.
E como tudo no Brasil termina em samba, o encerramento contou com o clima carnavalesco e todo frenesi da Sapucaí. A top model Izabel Goulart, madrinha do Comitê Olímpico do Brasil, e a atriz Leandra Leal, musa do bloco carioca Cordão do Bola Preta deram os tons para a festa ficar ainda mais colorida com as marchinhas clássicas do nosso Carnaval e o mini-desfile das escolas de samba do Rio, diversos sambas-enredo e tudo que uma festa popular tem direito.

No final, estamos com saudade de toda a torcida brasileira que levou seu jeitinho peculiar para arenas e merecedor de uma medalha de ouro pelo seu desempenho nesta edição, a primeira na América do Sul e a terceira do Hemisfério Sul dessa Terra amada.

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